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3 de janeiro de 2013

Barba Ensopada de Sangue - Daniel Galera - Blog e-Urbanidade

Barba Ensopada de Sangue
Mais um livro chega as minhas mãos pelo Clube de Leitura da Companhia das Letras que acontece aqui no Conjunto Nacional. Para dizer a verdade, até então, não tinha nenhum interesse pela obra e foi só ser apresentada que percebi o monte de volumes na porta de várias livrarias e com chamadas de até de uma página em algumas revistas brasileiras.

Diante disso, parecia que a leitura seria das melhores, mas me decepcionei um pouco com o livro. Aliás, até agora fico pensando onde o autor gostaria de chegar ou se não poderia fazer tudo de uma forma menos longa.

Muita gente tem elogiado Barba Ensopada de Sangue, alguns têm apostado que se trata de um grande escritor nacional que vem se despontando, eu não duvido de nada disso, mas não encontrei um livro marcante. Sem dúvida, a forma como o autor desenvolve os diálogos e caracterização dos personagens seja o maior trunfo ao criar uma obra, diria, inovadora.

Barba Ensopada de Sangue conta a história de um rapaz com um problema neurológico: não consegue gravar a fisionomia das pessoas. Para isso, usa dos mais variados artifícios para lembrar das pessoas que gosta e da sua própria fisionomia. Diante do suicídio anunciado do pai, a perda do seu grande amor levado pelo próprio irmão e ao ter herdado uma cachorrinha que deveria ter sido morta – de acordo com a promessa feita em vida ao pai -, este sujeito parte para Garopada, interior de Santa Catarina, para fazer novos amigos e reconstruir sua história. Bem, pelo menos eu acho que era isso.

Como disse acima, a forma como autor apresenta alguns diálogos e não usa símbolos como de travessão, vírgula ou itálico para separar o que é fala e ação, parece ser inquietante. Por exemplo, alguns diálogos, entre vários personagens, são descritos em um só parágrafo em duas ou três páginas. Tentei descobrir um pouco da lógica do autor, mas não tive muito êxito.

Outro ponto que vale a pena destacar em Barba Ensopada de Sangue é a criação dos personagens que não deixa de ser rica e muito bem feita. Algumas discussões sobre a religião, a existência, o budismo e até mesmo sobre como viver em São Paulo, não deixam de deixar claro o talento do escritor.

Não sei se recomendo. Alguns o classificaram com um épico, bem!, acho que é por aí. Mas, não gostei muito. Senti um pouco irritado em muitas partes por não saber onde o autor estava querendo ir ou nos levar. Se era pela história do pai morto, do avô assassinado ou do amor perdido. Também, não consegui entender a “redenção” ou o “ganho” do personagem ao ler a última palavra. Porém, tem muita gente elogiando por ai e muita propaganda em jornal e revista.

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