A montagem com direção e dramaturgia de Lucas Sancho acerta na produção focada no texto, atores e figurino. Vale destacar a iluminação feita a partir de lanternas e focos para criar sombras e diferentes proporções cênicas para seus personagens. O cuidado estético é um dos pontos altos da montagem, inclusive por tratar-se de uma produção sem patrocínio.
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Foto: Paula Tonelotto |
A direção opta por uma montagem coreografada, percorrendo os diferentes espaços do palco. Em alguns momentos isso agrega ao criar um universo particular. O uso de flash-backs, técnica oriunda do cinema, para entrelaçar a trama podem funcionar, mas a troca de cenas poderia ser mais sutil. Cortes bruscos com alteração de luz, cenário e/ou figurino funcionam bem na grande tela ou televisão, porém no teatro ou o texto ou a direção precisam tornar isso mais lúdico.
O elenco composto por Igor Amanajás, Lucas Sancho, Renata Flores e Thaize Pinheiro é muito bem preparado e traz eficiente composição aos personagens. Apenas sente-se falta de perceber mais camadas dos personagens, ficando, em alguns momentos, muito perto da caricatura. Por exemplo, o ex-rei parece muito bem construído inicialmente, faltando um pouco mais de humanidade assim que a história prossegue.
Tigrela é uma boa oportunidade para entender o ser-humano, quem sabe até mesmo o Brasil, a partir de uma fábula. A boa qualidade estética e dramatúrgica da montagem valem a ida ao espaço Parlapatões.
Veja o teaser:
Serviço
Espaço Parlapatões – Praça Franklin Roosevelt, 158
R$ 40 e R$ 20 - Venda no local
De 23 de Junho a 11 de Agosto – Sextas às 21h
Classificação etária: 16 anos
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