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12 de julho de 2017

I Am Michael e Michael Lost and Found - Blog e-Urbanidade

Eu Sou Michael tem
James Franco como estrela
Dois filmes disponíveis no NetFlix merecem atenção. O longa-metragem Eu Sou Michael  (2015 - I am Michael) trata-se de uma ficção narrando a história real de Michael Glatze (James Franco) que deixou a militância glbt, tornando-se um "ex-gay" por causa da religião.  Em seguida, é possível assistir o documentário, com apenas 19 minutos, do reencontro dele com seu ex-namorado (Bennett - no longa interpretado por Zachary Quinto) em Michael Lost and Found. Sugiro ver os dois, sequencialmente.

Dirigido e roteirizado por Justin Kelly, Eu Sou Michael tem o argumento baseado no estranhamento de Michael diante da finitude e em encontrar um espaço para lhe dar com essa questão no universo gay. A jornada do protagonista não deixa de ser uma forma de resolver seu drama, mesmo que alguns possam questiona-la.

O inevitável estranhamento de Eu Sou Michael é o caminho inverso do protagonista. Sendo um militante e difusor da cultura gay, tanto como editor de revista e diretor de um documentário - ah, ainda vive uma relação a três em determinada fase -, em certo momento "volta para o armário", por questões religiosas.

O longa-metragem tem boas qualidades técnicas, as interpretações são comedidas, mas convincentes, e não existe a preocupação em ter uma direção pesada e marcante. Por isso, em pouco mais de noventa minutos têm-se uma boa história para pensar. James Franco também pode ser visto em outro filme intrigante, com tema gay, do mesmo diretor no NetFlix: King Cobra.

Michael Lost and Found
documentário de
Daniel Wilner
Já o documentário Michael Lost and Found (2017 - dirigido por Daniel Wilner) é curto e não chega a se destacar por suas qualidades cinematográficas. Mesmo assim, vale a pena ver em seguida. Após o lançamento do longa em 2015 e diante da repercussão, Bennett, ex-parceiro de Michael, vai encontrá-lo. Grava-se sua ida, a conversa deles na casa do ex-companheiro, com a esposa ao lado, e visitam a igreja dirigida pelo casal. Por incrível que pareça o tom do encontro é leve e de muitas lembranças, risos e lágrimas.

Fica claro no documentário que Michael não foi um herói que encontrou a redenção em sua jornada. De forma alguma isso desmerece ou esvazia o caminho do protagonista, mas pode esclarecer. E a última cena de Michael Lost and Foud, quando os dois ex-parceiros se despedem, é o momento mais impactante e emocionante nessa trajetória.

Os dois filmes devem ser assistidos sem procurar respostas, afinal o universo gay e a religiosidade são ainda caminhos dicotômicos, quase sem interação. É muito comum jovens deixarem igrejas, principalmente protestantes e evangélicas, quando saem do armário. Isso é fato! Sabe-se que alguns movimentos, como a Igreja Cristã Contemporânea e outros grupos, têm procurado essa aproximação. Mas, essa não foi a trilha de Michael.

Assistem, pensem e não procurem receitas fáceis e automáticas, afinal precisamos falar sobre isso!

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