Eu Sou Michael tem James Franco como estrela |
Dirigido e roteirizado por Justin Kelly, Eu Sou Michael tem o argumento baseado no estranhamento de Michael diante da finitude e em encontrar um espaço para lhe dar com essa questão no universo gay. A jornada do protagonista não deixa de ser uma forma de resolver seu drama, mesmo que alguns possam questiona-la.
O inevitável estranhamento de Eu Sou Michael é o caminho inverso do protagonista. Sendo um militante e difusor da cultura gay, tanto como editor de revista e diretor de um documentário - ah, ainda vive uma relação a três em determinada fase -, em certo momento "volta para o armário", por questões religiosas.
O longa-metragem tem boas qualidades técnicas, as interpretações são comedidas, mas convincentes, e não existe a preocupação em ter uma direção pesada e marcante. Por isso, em pouco mais de noventa minutos têm-se uma boa história para pensar. James Franco também pode ser visto em outro filme intrigante, com tema gay, do mesmo diretor no NetFlix: King Cobra.
Michael Lost and Found documentário de Daniel Wilner |
Fica claro no documentário que Michael não foi um herói que encontrou a redenção em sua jornada. De forma alguma isso desmerece ou esvazia o caminho do protagonista, mas pode esclarecer. E a última cena de Michael Lost and Foud, quando os dois ex-parceiros se despedem, é o momento mais impactante e emocionante nessa trajetória.
Os dois filmes devem ser assistidos sem procurar respostas, afinal o universo gay e a religiosidade são ainda caminhos dicotômicos, quase sem interação. É muito comum jovens deixarem igrejas, principalmente protestantes e evangélicas, quando saem do armário. Isso é fato! Sabe-se que alguns movimentos, como a Igreja Cristã Contemporânea e outros grupos, têm procurado essa aproximação. Mas, essa não foi a trilha de Michael.
Assistem, pensem e não procurem receitas fáceis e automáticas, afinal precisamos falar sobre isso!
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