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23 de maio de 2011

Cheio de Charme - Marian Keyes - Blog e-Urbanidade


Livro - Cheio de Charme
Finalmente terminei o longuíssimo Cheio de Charme de Marian Keyes, o último livro da autora lançado no fim do ano passado aqui no Brasil. Demorei mais de dois meses para concluir, como disse a dias atrás, não ando conseguindo ler muito nos últimos tempos, mas pelo menos quatro páginas diárias não deixo passar em branco. E como nada disso interessa a vocês, voltemos ao assunto.

Cheio de Charme conta a história de três moças unidas por uma relação com o cheio de charme, Paddy de Courcy. Político e por onde passou deixou sua marca no coração e no corpo das moças que acabam se reunindo, nas últimas páginas, para executar um plano para derrubá-lo. Aliás, a história é super atual, principalmente se dermos uma olhada no escândalo que rodeia a imprensa sobre Dominique Straus-Kahn - presidente do FMI. Uma das personagens parece ser ctrl+c, uma jornalista estuprada pelo político. 

Marian Keyes é considerada a grande rainha do chick lit. Autora de vários livros, inclusive já andei sugerindo alguns deles no blog Lost in Chick lit.  O estilo da escritora está no livro, obviamente. Principalmente, uma longa história que só se desenrola do meio pra frente, ou seja, após mais de 350 páginas lidas. Isso mesmo, o livro tem nada mais e nada menos do que 784 páginas. Eu tenho certeza aboluta que a mesma história seria contada, com até mais vigor, com trezentas páginas a menos.

Mesmo com tanto “espichamento” o livro é agradável, bem diferente de alguns da autora que detestei, como Los Angeles. A escritora voltou a sua boa forma, mas nem só por isso não deixa com que suas personagens fiquem horas falando das suas peripécias sobre se devem ou não tomar vitamina B. É chato, mas diria que nesse livro ela consegue um tom mais possível.

Marian Keyes -
a diva do chick lit
O livro é inovador. Primeiro no formato. A história das três moças é contada por capítulos que possuem fontes diferenciadas e apenas uma delas conta em primeira pessoa. Logo, boa parte do livro é narrado em terceira pessoa, uma novidade quando falamos do estilo chick lit que é caracterizado, principalmente, pela forma mais pessoal de contar suas histórias.

Também é muito divertido (e corajoso) ter um dos mocinhos – e o principal – como cross-dresser, ou seja, homem que gosta de se vestir de mulher. Sem dúvida, só mesmo quem tem vários livros nas costas pode inovar assim e não perder seu público-leitor-consumidor. Inclusive, não faltam cenas de espancamento a mulheres, etc etc.

O livro tem lá seus pontos fracos, um deles é o tamanho, que já falei. A história só começa a acontecer lá pelo meio. Não deixei pelo caminho porque a crítica tinha elogiado muito. E o fechamento é muito inverossímil, não na história em si. Mas três – depois, cinco – moças que foram espancadas batem na porta do rapaz para tomar satisfação anos depois sem um segurança com elas? E o pior, o tal cara violento ouvi tudo, meio irônico, mas sem nenhum empurrão nelas? Muito nada a ver a sequência toda!

Inclusive tinha um sujeito que fazia todo o mal do livro em nome do tal Paddy e não faz nada diante das mulheres, o tal motorista John Espanhol. Olha só que estranho, o cara bota fogo no carro para assustar uma das moças, protege o seu patrão... e na hora aga ele não faz nada? Aliás, nem aparece? Um furo grave da história. 

Sobre o fechamento da história, minha opinião é simples, é resolvido muito facilmente. Acho que nem Marian Keyes aguentava mais escrever tanto, por isso partiu para uma solução fácil.

É um bom livro, sim. Engração, principalmente nas primeiras páginas. Dei boas gargalhadas, sem dúvida, a autora é uma expert nisso. E também gosto da mistura que Keys saber fazer muito bem com assuntos controversos, tais como, alcoolismo, violência a mulher, corrupção na política, conchavos políticos e cross-dressing. Sinto ainda que em alguns casos faltou mergulhar um pouco mais nas histórias, mesmo com tantas páginas algumas coisas ficam meio superficiais, mas acho que isso faz parte da proposta da autora.

Para quem gosta do estilo chick lit não pode deixar de ler. Para quem quer começar a ler os livros da autora, também já dei minha sugestão por aqui. Quem quer um bom livro para se divertir, dar boas gargalhadas, falar sério algumas vezes, é um livro imperdível. Apesar das 784 páginas...

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