Capa de 9 Minutos com Blanda |
Nove Minutos com Blanda é uma história bem divertida e daquelas românticas, para quem gosta de final feliz e algumas complicações básicas para chegar lá. Devo dizer que Fernanda França (na foto abaixo) tem um jeito muito leve e simpático para escrever. Até nas grandes reviravoltas ela consegue ser clara, sem pegar pesado. É quase um passeio pela vida da protagonista.
Blanda é uma garota de vinte e cinco anos com alguns problemas básicos. Uma crise no relacionamento afetivo que se arrasta por algum tempo. Uma carreira indefinida, com aquelas questões nossas de cada dia, qual o limite entre fazer o que gosto e o que preciso pra ganhar dinheiro. Uma história mal contada da separação dos pais e, por fim, um rapaz lindo, simpático que aparece de vez em quando para deixá-la em dúvida sobre seu relacionamento.
Um dos pontos alto do livro, além da forma de escrever da autora, é a história de amor que tem um desfecho esperado, mas com algumas peripécias bem construídas. E gosto de autores que conseguem não deixar o happy end na última página. É verdade que ela fez isso bem antes do fim e, daí, arrumei-me melhor no sofá para ver com ela se segurava. Afinal, nas leituras que fazemos sempre aprendemos com a forma de escrever do outro e nas saídas escolhidas. E ponto para Fernanda, ela conseguiu fechar a história de forma surpreendente e sem parecer que tinha acabado antes.
Eu só achei que a história demora um pouco para começar. No início fiquei na dúvida sobre para onde ela nos levaria. Mas lá pela página oitenta é pego pela história e pronto! O caminho é simples.
Também penso que as tintas jogadas sobre o namorado Max pareceram-me um pouco fortes demais. É fácil saber que ele era um zero à esquerda e fazer uma reunião de família para deixar isso tudo claro, soou meio irreal. Deixar o mico às claras, para todos verem? Mas é um elemento muito usado, por exemplo, pela Sophie Kinsella nos seus livros e personagens. Portanto, é um estilo bacana e faz sentido. O bom é que ela põe a personagem na cena inusitada, para mim, e se sai bem. A construção ficou muito bem feita.
Agora o tal Bernardo é o cara, heim? A história de sair do apartamento e voltar com o chaveiro... Já guardei como sugestão, quando quiser arrasar! Até eu me arrepiei! O cara é um galanteador de marca maior!
Só achei meio estranho ele fazer uma declaração de amor – linda! – no julgamento e o Juiz aceitar. Afinal, Blanda sabia que podia derrubar a testemunha apenas dizendo que o rapaz era namorado da pessoa que estava processando. Se ele faz uma declaração de amor daquelas e não parece que estava defendendo a protagonista? (Ah, também não entendo nada de Direito, talvez seja pura burrice da minha parte...)
O romance é delicioso, sim. Como aprendi nos cursos de teledramaturgia, o bom escritor é aquele que faz tudo parecer verossímil. E pronto, isso Fernanda França faz, até porque receber uma declaração daquelas, na frente de todos e de um Juiz, não é pra qualquer um.
Se você ainda não leu Nove minutos... deve adquirir o livro já. É uma dessas leituras perfeitas de chick lit e, principalmente, por ser nacional. E para as românticas que curtem boas histórias de amor é uma obrigação, principalmente para quem curte, por exemplo, Sophie Kinsella.
Não deixe de pedir na livraria e se divertir. Boa leitura!
Eu ainda não tinha comentado aqui, mas amei sua resenha. É muito bom ler resenhas de colegas escritores porque nos apontam os pontos positivos e negativos. E, com isso, sempre aprendo. Obrigada pelo respeito com meu livro e pelas opiniões bem colocadas. A resenha ficou linda, adorei. Um beijo, Fernanda.
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