Orlando |
Não vou me atrever a fazer uma resenha do livro, pois melhores estão por ai, até porque Virginia Woolf já foi traduzida no Brasil por nada mais e nada menos do que Cecília Meireles e deve ser tema de muitas discussões em cursos de literatura pelo mundo a fora. Mas, vamos lá: o livro começa a narrar a história de Orlando, um rapaz aristocrata de 16 anos, após a morte dos pais se torna protegido da rainha Elizabeth I. Em seguida, se apaixona por uma princesa russa e vive um romance com todas as tintas, e divagações, necessárias.
Sacha, a princesa russa, o abandona e como forma de fuga, pede para ser nomeado embaixador e segue para Constantinopla. Em seguida, cai num sono profundo e acorda como mulher. Isso mesmo! E como Lady Orlando a autora nos leva a uma série de discussões sobre o papel da mulher e como tudo muda a partir desta "transformação". E para arrematar, ela se apaixona por Shelmerdine, um sujeito sedutor e másculo e, em outra viagem no tempo, acorda em 1928, com 36 anos. Mas, não estranhe, ela viveu exatamente 300 anos.
Mesmo que toda esta história pareça muito estranha, alinhava tudo isso a relação de Orlando com seu livro de poesias chamado de Carvalho. Assim, o que torna o livro realmente muito interessante são os encontros de Orlando, por exemplo, com grandes nomes da literatura e as reflexões do autor - já explico melhor isso - com o tudo que o cerca, desde questões prática da vida às metafísicas, como a vida, vida após a morte, felicidade, tristeza, orgulho e por ai vai.
Virgina se coloca como uma biógrafa da história de Orlando e assim se apresenta várias vezes, inclusive em alguns momentos ela corta a narrativa para mostrar, por exemplo, os jardins ou a natureza, pois a vida do biografado está, segundo ela, sem novidades. Sinceramente, achei isso genial e de um devaneio impressionante!
Sugiro sim a leitura, com paciência e com um marcador na mão, pois são várias as boas e inteligentes reflexões da autora. Seguem alguns:
O pensamento e a vida são como lados opostos.
Não existe paixão mais forte, no peito humano, que o desejo de fazer outros acreditarem naquilo que se acredita. Nada corta tanto a nossa felicidade pela raiz, ou nos enche mais de raiva, do que o sentimento de que outro desvaloriza o que temos em alta conta.
As ilusões sã para a alma o que a atmosfera é para a terra
Boa leitura!
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