O espetáculo tem a proposta de “dar voz” a esta mulher, sempre, coadjuvante. Com uma hora de apresentação, o diretor (e autor) Elias Andreato aposta numa cenografia simples, com poucos elementos, e usa a iluminação para dar profundidade e consistência aos vários momentos do texto. Os diferentes tons de luz e o palco demarcado com linhas azuis dão, em vários momentos, a impressão de fotografias de linguagem cinematográfica, possibilitando diferentes "pontos de vista" para destacar a palavra.
Debora Duboc está muito bem em sua Jocasta. A personagem lhe cabe bem, a encenação é certeira, mesmo que em alguns momentos pareça trágico demais, mas reconheço que não dá para esperar menos do que isso quando se assiste um personagem tirado de uma tragédia grega. Obviamente, ela canta muito bem e merece todos os elogios pela sua construção. E tenho muita admiração por atores que se apresentam com casas vazias. Entregar-se ao personagem e não economizar nada na atuação desse dia, me faz ver com bons olhos o ator.
Gostei muito do texto. O argumento é singular e inteligente e a carpintaria, para contar tudo isso, é na medida e envolvente. A personagem-título construída é complexa e nada linear, ora mocinha ora vilã.
Recomendo sim, com parcimônia. Apenas três estrelas dadas pela Veja SP não valorizam o monólogo que deve ser sim, assistido pela interpretação de Duboc, a originalidade do texto e "plástica" conseguida pelo figurino, cenografia e iluminação.
Minha Opinião
:]
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