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22 de março de 2017

Um Limite Entre Nós - Blog e-Urbanidade

Um Limite entre Nós
Viola Davis em seu grande momento
E a Viola, hem? E o Denzel, minha gente? Não posso deixar de assegurar que saí perplexo da sessão de Um Limite Entre Nós. Filme nem tão palatável, pois trata-se de uma adaptação do teatro para o cinema, é uma história que parece falar de preconceito e direitos civis dos negros, mas quando os créditos sobem percebemos que ali estão nossas famílias, relações e os tais limites entre nós.

Falar das boas interpretações é chover no molhado depois de Viola Davis ter levado merecidamente o Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante no Oscar. Denzel Whashington faz um personagem que vai se transformando no decorrer da película, de fanfarrão ao pai de muitos de nós.

Sim, Troy Maxon (Denzel) é aquele pai que quando o filho lhe pergunta "você gosta de mim?", ele responde que isso não faz sentido, pois cabe a ele apenas a colocar comida na mesa. Visão muito comum entre tantos pais por aí, porém, ao mesmo tempo, como culpar aquele sujeito, simples, analfabeto e limitado a ter outra visão de mundo. Resta apenas perdoar?

Um Limite Entre Nós é denso e muito verborrágico. Fala-se muito e a direção não tem como objetivo sair do formato teatral como já visto em, por exemplo, Dogville. Não tenho muita dúvida que Denzel, o diretor, não tenha procurado escapar disso.

Como disse, saí extremamente tocado pelo filme e gosto também de produções que evitam explorar o sentimento por meio de música, por isso até o silêncio emociona, mas sem apelos. Contundentes as falas de Troy (lembrei-me muito do meu pai!) e fascinante o mundo construído por Rose (Viola). Afinal, como diz o filme, existem pessoas que fazem cercas para separar e outras, para juntar.

Mesmo sendo a coadjuvante, a jornada de Rose em juntar aquelas pessoas dentro da cerca parece-me a mais tocante e heroica. Por isso, Um Limite Entre Nós precisa ser visto com maturidade, pois a questão racial ali é a menor delas, afinal dentro daquelas cercas (para juntar ou expulsar) estão todas as famílias. E por incrível que pareça, depois de alguns anos é que vamos percebendo que aquelas pessoas que nos cercaram são humanas e, talvez, seja preciso exercer o perdão em alguns momentos.

Bom filme!

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