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22 de maio de 2014

Praia do Futuro - o filme duro de um herói partido - Blog e-Urbanidade

Filme Praia do Futuro
Fui assistir o tão amado, por alguns, e odiado, por outros, Praia do Futuro, filme do diretor Karim Aïnouz que assinou O Abismo Prateado,  O Céu de Suely e Viajo Porque Preciso, Volto Porque Te Amo. Ainda no elenco, Wagner Moura, ator de ótimas interpretações na tevê e no cinema, e Jesuíta Barbosa, uma ator que vem chamando a atenção no que tem feito.

As opiniões distintas sobre o filme se devem a linguagem quase seca, sem lirismo, ao contar a história de um salva-vidas que não consegue salvar um turista do afogamento. Perplexo, perdendo para si o papel de herói, acompanha o namorado da vítima ao seu país natal, a Alemanha, distanciando-se da família no Brasil.

Por isso, nada de músicas emocionantes e discussões emocionadas, muito silêncio. Um roteiro totalmente criado nas ações dos personagens. Os cortes criam fases na história, deixando muita coisa no ar que vai se enquadrando ou deixando para o público fazer suas próprias construções. Tecnicamente, a fotografia e som são bem acertados.

O filme retrata um super-herói que se humaniza, se descobre cheio de medos e falível. Alguns dizem que o filme tem elementos de O Segredo de Brokebreak Mountain, por mostrar um personagem distanciando-se de todos para se encontrar ou buscar sua própria felicidade. Tem seu fundamento, mas o foco de Praia do Futuro é o de explicar o amor entre irmãos, a partir da redenção de dois caras, percebendo-se que ninguém, na verdade, é herói.



Ao olhar o roteiro, Karin e Felipe Bragança alinhavam tudo sem falas, apenas com comportamento. Por exemplo, nenhum "eu te amo" é dito pelo casal, tudo é comportamental. Muitas cenas são longas - até cansativas. Um crítico disse que no filme não se faz amor, trepa, não se discute, briga... e isso é verdade! Por isso, uma amiga me falou que não foi "pega" pela emoção. E é pura verdade. Também o diretor não tinha essa pretensão, mesmo sendo capaz, como em Céu de Suely.

Fique de olho em duas cenas. Primeiro, a sequência em que Donato está indo para o aeroporto e decide ficar na Alemanha: sem falas e quem explica tudo é o som automático do trem; e a célebre cena de briga no reencontro dos dois irmãos. Forte e impactante.

Adjetivando, e sendo pessoal, é dos filmes mais geniais que já vi. Mas, não espere ser pego pelo sentimento, ninguém está preocupado com isso. É um filme construído independente de quem assiste, mas com uma bela mensagem, afinal nos construir e desconstruir são tarefas duras, secas e difíceis, mas nunca devemos nos distanciar de nós mesmos, de quem nos ama e dos nossos sentimentos.

Não posso deixar de agradecer alguns amigos que me ajudaram a construir esta sinopse: Franzé (adorei nossa conversa filosófica na saída do cinema kkkkk) e o grupo CE p/ matar as SAUDADES. 

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