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7 de abril de 2014

Saving Mr. Banks - Walt nos Bastidores de Mary Poppins - Blog e-Urbanidade


Walt nos Bastidores de Mary Poppins
Apesar de elogiado e sido reclamado por não constar na lista do Oscar de 2014, finalmente assisti Walt nos Bastidores de Mary Poppins. Não consegui ir ao cinema, pois passou rapidíssimo pelas salas de São Paulo em sessões de horários improváveis. Mesmo que algumas películas resistam e ficam em salas isoladas, isso não aconteceu com essa que reúne duas beldades do cinema em língua inglesa: Emma Thompson e Tom Hanks.

O filme conta os bastidores da tentativa de Walt Disney (Hanks) de adaptar o livro da escritora P.L Travers (Thompson). Em dois tempos narrativos, a história da menina escritora se mistura com os encontros entre os roteiristas nos estúdios americanos. Dessa forma, vai se revelando, e explicando, como a autora de um livro tão sensível se tornou uma mulher tão tosca, direta e, por muitas vezes, grossa.

Emma está ótima, apesar de irritante até boa parte do filme, mas explicável pelo o roteiro construído. Tom está meio lima-duarte na atuação, mas não deixa de ser uma boa interpretação. Porém, o que vale mesmo são as boas reflexões para quem, por exemplo, se dedica a escrever histórias, ou seja, escritores, roteiristas e dramaturgos.

A capacidade de se mostrar nos personagens é algo inevitável ao escritor de ficção, por isso é necessário uma dose grandiosa de generosidade do autor. Lembrei-me, quando estava terminando meu romance Os Vipirisados, que alguém disse me que era hora de revelar-se, mostrar-se a mim mesmo, por meio dos meus personagens. É um risco de qualquer autor e isso está claramente exposto nas atitudes de  Mrs. Travers ao criticar os roteiristas que adaptam sua história.

Também é preciso levar em conta, que os personagens, apesar de saírem da cabeça do autor, tomam outras fisionomias e sentidos que serão dados pelos leitores. Travers quer garantir a face e o jeito de ser de Mr. Banks (seu pai), até que Disney esclarece: cada um, ao ler ou assistir sua obra, construirá o seu próprio Mr. Banks. Resta a eles, roteirista, criarem um homem mais ameno e fascinante. Assim, nasce o título original do filme, Saving Mr. Banks,  e a escritora aceita soltar seus personagens.

Mesmo não estando mais em alguns cinemas, recomendo buscar nas locadoras ou nos vídeo-clubes formados por bons cinéfilos espalhados por ai, eu mesmo tenho um ótimo aqui em São Paulo. E indico o filme, fundamentalmente, para os escritores e quem, de alguma forma, adora traçar suas histórias no papel.

Bom filme!

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