Falei há algum tempo aqui na forma como cheguei ao livro
Ponto Chic – um bar na história de São Paulo do autor Angelo Iacocca publicado pela
Editora Senac. Resumindo, fui assistir uma daquelas conversas gastronômicas na última
Bienal do Livro aqui em São Paulo e acabei sendo sorvido pelo universo da boêmia paulista.
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Ponto Chic |
O escritor convidado para contar essa trajetória pelo do dono da casa, José Carlos Alves de Souza, é conhecido em por outras boas publicações sobre a história de São Paulo, tais como,
Conjunto Nacional: a conquista da Paulista,
Retratos da imigração italiana no Brasil,
Avenida Paulista 120 anos. E talvez esses sejam os pontos mais cativante da obra, a imersão na história da capital desde os anos vinte e como grandes eventos nacionais e locais tiveram como palco o Ponto Chic.
Passam pelo balcão do restaurante grandes eventos culturais como a
Semana de Arte Moderna e a ascensão de grandes artistas do teatro, rádio, cinema e televisão brasileira. Também, nasce quase ali a história do futebol e como se torna uma paixão nacional. Tudo isso misturado com a política nacional e paulista, envolvendo golpes militares e os Atos Institucionais. É verdade que em alguns momentos o autor acaba focando muito nos fatos históricos e ficando a própria narrativa do Ponto Chic em segundo plano. Isso pode ser um destaque do livro, mas um ponto fraco se alguém chegar ao volume apenas para encontrar fatos sobre a casa.
Além do levantamento histórico, Angelo investe em algumas entrevistas com personalidades que passaram pelo local e também na iniciativa de tornar o bauru uma iguaria tipicamente paulista. Para quem não sabe a história, o sanduíche recebeu este nome por ser uma “criação” do jornalista Casimiro Pinto Neto e nascido na cidade de Bauru. Assim, acabou sendo pedido pelos outros frequentadores simplesmente como “manda aí um igual do Bauru”. Hoje, simplesmente, bauru. Feito com a mistura de três queijos fundidos é o original e, diga-se de passagem, não tem muito a ver com aquele que fazemos em casa.
Recomendo a leitura do livro para quem quer conhecer um pouco mais da história de São Paulo, aos apaixonados por gastronomia e, principalmente, aos que querem entender melhor a política e a cultura brasileira. Reconheço que fiquei fascinado com tantos detalhes e como fui ficando cada vez mais apaixonado por essa cidade e sua importância financeira e cultura nacional e internacional. E, claro, ninguém termina o livro sem se apaixonar pelo
Ponto Chic, lugar que já fui conhecer e adorei.
Fotos: internet
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