Demorei e resisti a assistir o novo filme do Almodóvar, A Pele que Habito. Comentei isso no meu twitter e encontrei algumas pessoas que comungam do mesmo sentimento que eu. O diretor é um gênio, mas não tem trazido grandes novidades nos últimos anos. Além disso, com certeza, entraríamos em mais uma história confusa e inquietante do espanhol. Isso é bom, mas tem hora que a gente quer comédia romântica americanóide, não?
Filme - A Pele que Habito |
A Pele que Habito conta uma das histórias mais inquietantes que vi (acho que só me senti em estado parecido quando terminei de ver Encaixotando Helena). Ao chegar o black-out, com a última fala do personagem, me senti também preso, na pele dele. Percebi que vários diretores já conseguiram nos mostrar em como podemos ter prisões motivadas por fatores externos que podem ser das mais variadas. Já Almodóvar nos coloca diante de um prisão sem volta, no seu próprio corpo.
Falei também por aqui há semanas que fui ver uma montagem do grupo Os Satyros lá na praça Roosevelt. Em determinado momento desse espetáculo, foi apresentada a história de uma moça que se sente presa no corpo de mulher. A história pode ser vista melhor no site da companhia de teatro. Fiquei um pouco impressionado com este “preso no seu próprio corpo” que ficou dramaticamente marcado em mim quando terminei de ver A Pele.
Não dá para escrever uma crítica sem falar da história, certo?! Mas, para o filme de Almodóvar não dá para fazer isso. Pense assim, um médico usa transplante de pele para resgatar um grande amor. Ponto, nada mais. Vá ver! E se prepare!
O protagonista Antônio Bandeiras e o diretor |
Vá ver, mas com cautela. E não se esqueça de se silenciar ao final e refletir sobre as prisões que nem sempre estão lá fora. Também se trata de uma grande história sobre as pessoas que não se sentem bem debaixo da sua própria pele.
Minha opinião: :)
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