Capa de O Pintassilgo |
A história é longuíssima, são 792 páginas com cenas detalhadas, desde elementos externos a sentimentos do herói. Com cara de épico, conta a história de Theo Decker que sobrevive a uma explosão a um museu de NY, perdendo sua mãe no acidente. No meio da confusão, leva consigo o quadro Pintassilgo do holandês Fibritius (de 1640) que o acompanhará a partir daí.. Sendo os pais separados, fica por alguns dias na casa de uma família abastarda, próximos da falecida mãe, porém é levado inesperadamente para Las Vegas e vai morar com o pai e sua nova esposa. Lá conhece seu amigo para toda a vida, o louco-louco Boris. Adolescente, passa a usar todas as drogas possíveis e imagináveis. Com a morte do pai, volta para o Estados Unidos e passa a morar com antigo amigo, Hobie, dono de um antiquário.
É dado um salto no tempo, agora responsável pela área comercial do antiquário e começa a se envolver em várias "encrencas". Boris reaparece e um casamento ajeitado vem por ai. E assim, acontece a redenção de Theo, diante do seu pessimismo em relação a vida.
Gostei muito das reflexões do personagem, principalmente ao final do livro. A autora nos leva a bons momentos com sua narração que é tocante, muitas vezes. Em certo momento - e antes de ler qualquer resenha - me lembrei de Copperfield de Dickens: o ritmo da narrativa e o pessimismo do personagem central.
Pega um pouco a extensão e o detalhamento de tudo. Tive muita vontade de deixar a leitura pelo meio. Reconheço! Também o personagem principal não realiza quase nada, ou melhor, é simplesmente um reflexo do acaso. Se pensar bem, nada na história ele faz de verdade, sempre está sendo levado pelas pessoas...
Porém, quando terminei de ler O Pintassilgo, agora empolgado com o grand final, partir a procurar algumas coisas sobre a autora na internet e encontrei um outro mundo a parte. Em seu terceiro livro, Donna é considerada por alguns um gênio, por outros, uma fraude. Não tenho condições de entrar nisso, se trata-se, por exemplo, de um romance ou não e blablabla de críticos e literatos. Aliás, sempre a "academia" teve certo problema com livros bem sucedidos.
Não achei a oitava maravilha do mundo, mas é um ótimo livro. Por isso levou o Pulitzer deste ano, vendeu 1,5 milhão de cópias nos EUA e ficou mais de 40 semanas entre os mais vendidos do New York Times. Não deixei o livro porque fiquei curioso em saber o final da história daquele garoto, adolescente e, por fim, adulto Theo. Tocou-me muito a reflexão sobre a vida, a temporalidade, a prisão (retratada na metáfora do pássaro pintassilgo na obra de Fibritius) e o amor. As últimas páginas são mesmo te arrepiar, pena que demoram tanto para chegar, mas vale muito a leitura.
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