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5 de setembro de 2012

Andando pelas histórias - Crônica - Blog e-Urbanidade


 Não sei se isto seja comum, mas após ler algum livro, assistir a um filme ou novela, tenho o interesse imediato de ir naquele lugar. Nunca me esquecerei de estar frente à porta secreta em que James Bond entra às margens do rio Tâmisa, ali pertinho da London Eye. Claro que não existia a tal passagem na vida real, mas foi tudo feito ali, depois de pegar todas as referências da película.

Alguns livros ou autores foram fundamentais em algumas viagens. Por exemplo, uma das vezes que estive no Rio de Janeiro, fiz questão de ir ao Jardim Botânico, sozinho, para ler o célebre conto de Clarice Lispector, Amor. Fiquei ali lendo e tentando apreender todos os sentimentos da autora e, quem sabe, de quebra, ainda fosse levado pela epifania contada em suas linhas.

Se deseja algo mais comercial, fiz questão de encontrar algumas ruas e lugares das histórias de Marian Keys quando fui a Irlanda. Também de entrar na Catedral de Manchester em Londres ou Museu do Louvre de Código da Vinci e, quem sabe, encontrar as personagens de chick lit nas ruas de Nova Iorque ou Londres.

Incluo nisto alguns contos ou textos da literatura brasileira, principalmente ao andar pelo centro do Rio de Janeiro em muitas passagens de Machado de Assis. Digo, inclusive, que com o livro em mão já fui em algumas travessas da Cidade Maravilhosa. Se pensa que acabou, atualmente estou lendo o livro Ponto Chic que conta a história de um dos principais bares boêmios de São Paulo, vira e mexe entro no Google Maps para rever algum prédio ou ponto da cidade em que é narrada a sua gênese nas linhas escritas pelo autor. 

Tive várias inspirações cinematográficas ou da televisão. Quem não caminhou pelo Leblon do Rio de Janeiro sem se lembrar de alguma história de Manoel Carlos? Ou quem sabe, perambulou por Nova Iorque e entrou em suas lojas com ar de Carrie Bradshaw, a protagonista de Sex and the City? Ah, também, por várias vezes, passei na biblioteca Central de NY e disse: aqui foi assassinado o tio Ben Parker (o Homem Aranha) na primeira versão.

Vale usar como referência a música. Por exemplo, dar uma passada pela Ipiranga com a avenida São João e tirar uma foto. Ou parar nos semáforos fechados do Rio de Janeiro e ser levado imediatamente para a canção de Adriana Calcanhoto em que cariocas detestam sinais no vermelho. Ou quem não passa pela Ceilândia em Brasília sem lembrar do Faraoeste Caboclo de Renato Russo?

O importante sempre, na minha opinião, é deixar com que o mundo da ficção nos leve e nos carregue por outros sentimentos e universos. Isso nos empolga e, principalmente, nos aproxima dos autores e dos sentimentos universais que, querendo ou não, alimentam a todos nós e nós fazem, em qualquer cultura, indivíduos quase iguais. Dia desses uma amiga parou em Taubaté para levar sua filha ao museu de Monteiro Lobato. Inicialmente critiquei, mas me arrependi. Assim, como ter lido Clarice no Jardim Botânico teve seu efeito pedagógico, tais imersões são fundamentais. E sem dúvida, terá para todos nós o fim de desenvolver o gosto pela leitura e pelo mundo das artes, mesmo que, algumas vezes, tenha um enfoque comercial. O que você acha?

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