Eu nunca fui bom de bola, nem de futebol nem de voleibol nem
de basquete nem de gude nem... E olha que tentei. Fiz escola naquela idade que todo
pré-adolescente entra. Fui sempre um zero a esquerda quando o tema era jogos ou esportes.
Tem mais um agravante, não tenho nada, absolutamente nada, daquele negócio de
espírito esportivo. Por isso detesto brincadeiras competitivas em geral.
Como nosso assunto aqui é outro, mas acabei descambando para
outro lado, um chute imprevisto no meio da rua nunca foi a coisa mais deliciosa
do mundo para mim. Eu sempre que percebia uma bola vinda em minha direção tinha
outro sentimento: será que se eu chutar vai chegar ao lugar certo? Se apontar
para a direita e ela for para esquerda? Não pense que é pura neurose. Já fiz
isso: arrisquei para um lado e foi para outro. Várias vezes.
Seguindo o raciocínio do Rubem Fonseca, o chute
é outro. É aquele perfeito! Aí sim, pode ser a melhor coisa do mundo,
principalmente quando você passou alguns anos amargando ser um perna de pau.
Imagina, vir à bola, dar aquele nervosismo temporário, chutar e pronto! Vai
direto à mão do jogador ou, quem sabe, entra no gol.
Depois disso você sai feliz, dá aquele sorriso e pensa que
todo mundo gostaria que entrasse no time deles, heim? Como tem algo para fazer,
se desculpa, até diz que gostaria muito, mas segue em diante. Talvez o melhor
de tudo isso seja você ficar imaginando que eles pensam que você é o máximo. Essa
é a melhor coisa do mundo no chute perfeito!
Fiquei curioso para saber se esse chute perfeito aconteceu. Rsrs
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