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24 de dezembro de 2011

Tome um 35 que passa! - Crônica - Blog e-Urbanidade

O melhor do Natal é a reunião, mesmo que algumas rolem meio obrigadas - digo aquelas intermináveis despedidas do trabalho - mas, é tudo festa. E é quando a gente se encontra com a família que nos sentimos mais integrados, pois até mesmo o humor da gente se parece, mesmo que isso não seja lá um ponto extremamente positivo. Mas, ao chegar na casa da minha mãe, ela mandou logo eu tomar 35. Estranhei aquilo, mas foi rapidamente explicado, é um comprimido que nos ajuda a diminuir a ansiedade, homeopático. Obviamente, que tudo naquela noite virou jargão, era "tome um 35 que passa" para qualquer problema.

Lembrei de um citação que copiei no Twitter da Tati Bernardi, na Revista Alfa. A crônica conta a sua ligação com o Rivotril e a ansiedade presente no mundo atual. Em certo momento ela diz: "Tirar o tabu da ansiedade é a única coisa que pode, verdadeiramente, nos acalmar". E realmente é necessário pensarmos sobre isso, como no mundo atual sentimos tanto medo de tanta coisa e temos remédio para tudo (ou quase tudo).

Quem já não ouviu que fulano é assim porque tem deficit de atenção ou que os pais são separados ou que a mãe é alcoolatra. Eita, basta assistir uma reunião escolar que isso sempre vem a baila. Por bem ou por mal. Mas, o que a gente tem que pensar é, será que é tão ruim assim ter uma deficit qualquer ou uma ansiedade? Que tal viver sem o 35?

Você deve estar pensando que a minha vida anda boa demais para escrever isso. Então, pare e esqueça. Ando tendo os meus problemas e as minhas insônias, sim. E ando tomando algumas coisas aqui ou ali para pegar no sono, mas qual o problema disso? A minha receita é sempre sofrer na hora certa. Ela funciona, às vezes!

Que venham 35 e Rivotril, mas não deixem de sofrer e ficar ansioso quando preciso for. Parar quando der, perder um pouco da noite de sono não é feio. Até chutar a parede está valendo. Dizer que tal coisa não anda bem, chorar na hora que o casal da novela diz palavras de amor e passar meia hora chorando por outras coisas... Eu só sei que isso pode nos fazer melhor do que ficar criando um mundo distante, irreal e feliz demais.

Bom Natal pra todos!

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