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12 de novembro de 2011

Bent - Teatro - Blog e-Urbanidade

Amores impossíveis em tempos de
holocaustro
O Festival Mix Brasil trouxe o espetáculo Bent, que fez sucesso no Rio de Janeiro, em curtíssima temporada aqui em São Paulo. Aclamada internacionalmente, a peça conta a história de um amor impossível, entre dois homens, em tempos da Alemanha nazista. Os homossexuais Max e Horst são presos e mandados para um campo de concentração para realizar trabalhos forçados. E o mocinho - não sei se podemos chamar assim - decide trocar o triângulo rosa (que representava ser homossexual) pela estrela amarela (símbolo dos judeus).

O espetáculo do dramaturgo norte-americano Martin Sherman tem a direção brasileira de Luiz Furnaletto que apresenta uma boa realização, apesar de que as condições da sala do Centro Cultural São Paulo não estarem muito propícias. Com cenografia competente, feita de objetos em metal, destaca a aridez e a dureza daqueles momentos. Os atores interpretaram com responsabilidade seus personagens, apesar de perceber que Augusto Zacchi (Max) apresentou uma certa inconstância na sua interpretação ontem, mas com muitos e muitos momentos brilhantes. Por exemplo, o grito mudo do final! Por isso, não há dúvida que o rapaz merece protagonizar a história. Outro bom momento é a entrada de Breno Pessurno interpretando uma cantora de cabaret e sua mudança do travestido ao homem convencional.

Bent tem características de teatrão, com dramaturgia impecável, personagens interessantíssimos e um final impactante, fora que histórias sobre holocaustro sempre nos deixam sensibilizados. Como dramaturgo que tento ser, o que mais impressiona é um escritor saber misturar drama e comédia, ou seja, na hora certa, quando o clima pesa, soltar uma fala divertida que leva o público aquele sorriso solto e sofrido. Por isso, a carpintaria de Sherman é fantástica. Só mesmo gente muito boa sabe fazer isso.

Clive Owen protagonizou a versão
cinematográfica
Como curiosidade, o espetáculo foi adaptado ao cinema em 1997, protagonizado por Clive Owen, Jude LawMick Jagger. Ah, vale a pena contar também, que o espetáculo original, estreou nos Estados Unidos em 1979, com Max sendo interpretado por nada mais e nada menos Richard Gere. No Brasil, o espetáculo foi protagonizado, na década de 80, Kiko Junqueira e, em seguida, José Mayer.

Lamentável mesmo é o estado da sala Jardel Filho. O espetáculo foi apresentado com ar-condicionado desligado e as poltronas rangiam insuportavelmente. Fora que o público, dessa sexta-feira, cometeu aqueles sacrilégios insuportáveis, deixaram o celular ligado, cortando irresponsavelmente a concentração dos atores e do público. Para dizer ainda mais, a infeliz atrás de mim, além de ligado, seu aparelho apitava várias vezes que a bateria estava acabando. Que falta de respeito!

Playbill do espetáculo com
Richard Gere, em 1979
Então, é isso. Aproveite para ver nos dias 11 (que já foi!), 12, 13, 18, 19 e 20 (sextas e sábados, 21h e domingos, 20h) a um preço fantástico: R$1,00. Não digitei errado! Uma unidade de real mesmo. Acessível, fundamental para quem quer ver um bom espetáculo e para quem quer criar platéia, que deve aprender, mais e mais, a ser educada e desligar seu celular.

Serviço:
BENT
Dias 11,12,13 E 18,19,20. sextas e sábados 21h e dom 20h.
Centro Cultural São Paulo - R. Vergueiro 1000, Paraiso.
Sala Jardel Filho.
Ingresso - valor simbólico R$1,00

Minha opinião: :D

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