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18 de outubro de 2011

Um molho de chave para ir abrindo portas - Crônica - Blog e-Urbanidade

Esta semana fui assistir, pela segunda vez, o espetáculo Ensina-me a Viver com Glória MenezesArlindo Lopes e grande elenco. Não costumo fazer isso, mas recomendei o espetáculo e eu era a única companhia para aquele momento. Assisti, gostei - novamente - e é sempre bom ver algo que a gente curte. Mas, o assunto que me traz aqui é um elemento que está na peça, um molho de chave.

Maude deixa de presente para Harold um monte de chaves que abrem todas as portas. E daí, podemos parar para pensar sobre a importância de tal objeto no nosso dia a dia. É claro que não posso resumir isso a um simples uso comum, ou melhor, quero focar no sentido figurado disso no espetáculo e em nossa vida.

O que é viver? É saber abrir todas as portas, ou melhor, não ter medo de abrí-las. E talvez a maior contribuição que a maturidade possa nos dar é a capacidade de ir conquistando chaves para abrir – e fechar – qualquer coisa pelo caminho. Ter algumas guardadas é sempre fundamental para se viver, não acham?

Sim, não existem só caminhos a serem abertos, também têm aqueles que precisamos fechar. Sem olhar para trás. E alguns até mesmo precisamos fazer como Carlota Joaquinha, bater os sapatos para não levar nem mesmo o pó. Também acredito que é preciso ter coragem para ser capaz de fazer isso, algumas vezes. Eu mesmo, me lembro, quando saí de alguns lugares, com a nítida certeza de que ali nunca voltaria. Não voltei, são portas trancadas.

Maude também tem um fala que vale a pena dizer aqui: - Eu não tenho medo de nada, na verdade o que sei, já experimentei, e o que ainda não conheço, tenho curiosidade. Claro que a fala não deve ser exatamente assim, mas a ideia é essa. Não devemos ter medo de ousar. E ai, acho que posso dizer que ando bem “ousadinho” no momento. Deixar uma vida, mais ou menos arrumada para começar tudo novamente em outra cidade, chegando aos quarenta anos, não é tarefa para fracos.

Ah, pinta tudo, medo, insegurança, mas sem dúvida a curiosidade e a vontade de acertar é que nos impulsiona. Daí, precisamos desse molho de chave, para ir abrindo e fechando. É verdade, em menos de quatro meses aqui, já fechei algumas. E no mais, é seguir em frente, afinal viver é isso... Nas palavras de Fernando Pessoa:

Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas...

Que já têm a forma do nosso corpo...

E esquecer os nossos caminhos que nos levam sempre aos
 mesmos lugares...


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