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14 de janeiro de 2011

Minha Urbe: Buenos Aires - Blog e-Urbanidade

Estive em Buenos Aires passando o Reveillon de 2010 para 2011. Foi uma experiência um tanto diferente, tendo em vista que, em menos de 48 horas, desisti de ir para o Rio de Janeiro e mudei o destino. Além das emoções previstas, como falta de hotel e viagem cansativa, deu tudo certo.

É a terceira vez que chego a terras argentinas e em momentos completamente diferentes. A primeira vez que fui foi impressionante. Argentina estava no ápice financeiro e era para nós, brasileiros, um orgulho estar lá. Lembro até hoje de entrar num café, depois da meia-noite, e encontrar várias senhoras de vison e extremamente chiques.

Depois voltei quando a crise estava instaurada e nosso real valia bem mais do que o peso. Os argentinos estavam mais simpáticos e era possível ser muito bem atendido por pais de família, em lojas espalhadas pela rua Florida, de forma educada. Na verdade, esses senhores poderiam ter sido empresários ou funcionários de grandes empresas que foram demitidos por causa da crise.

Reconheço que esta terceira vez não foi das melhores. Minha interpretação diz que a crise argentina chegou na base da sociedade. É mais ou menos assim, falta de dinheiro, leva a crise na educação, povo sem acesso a escola começa a ficar esperto, mal educado e por ai vai.

Claro que os hermanos nunca foram os mais simpáticos com a gente, mas agora percebi um ar que chamaria de “espertalhão”. Várias vezes cheguei às lojas que vendiam água, perguntava o preço em português e imediatamente o valor dobrava. Os taxistas entregam notas falsas de peso e os vendedores de rua também não são confiáveis.

Em uma situação entrei num táxi e pedi para o sujeito me levar a feira de San Telmo. Ele simplesmente me disse que não sabia onde era. Tentei discutir, mostrando pra ele que um taxista não pode ter tal dúvida... Bobagem! Ele nem deu bola, eu tive que encontrar o nome da rua na internet do celular e chegar lá.

Os taxistas na noite do Reveillon são impressionantemente espertos. Fui fazer um trajeto que custava, no taxímetro ,25 pesos e foi oferecido por vários carros que passaram na rua por preços diferenciados, de 50 a 200 pesos. Isso aí, você fica parado na rua, quando vai entrar, eles mandam sair, perguntam onde você vai e diz o preço. Taxímetro não existe no dia 01.

Outro dia comprei uma peça de decoração numa vendedora de rua e dei 100 pesos, custo do produto. Há alguns passos, ela correu atrás de mim e pediu para trocar, pois, segundo ela, eu tinha uma nota falsa. Era impossível isso acontecer comigo, pois troquei meu dinheiro no Banco Nacional Argentino. A mulher não aceitou minha nota dizendo que era falsa. Dei outra. Descobri depois que isso é comum na cidade. Você dá uma nota verdadeira, eles trocam por uma falsa, dizem que você a deu e pedem nova.

Comprei em várias lojas apenas com a minha RG, afinal posso entrar na Argentina com ela e, pior, já tinha comprado na filial da empresa, na mesma rua apresentando apenas esse documento. Então, me pediram o passaporte que havia deixado no hotel. Reclamei, o funcionário me disse que ele não era responsável pelas políticas internacionais!

Os brasileiros na rua me lembraram os orientais na Europa ou Estados Unidos, doidos, fazendo compras e cheio de sacolas. Fiquei feliz de perceber que estamos bem mesmo das pernas, mas é irritante saber que somos tão mal atendidos. Por isso, brasileiros, lanço uma campanha, vamos procurar outro destino. Os hermanos precisam saber atender a gente.

Teve coisas boas, tais como, a comida, a carne, alguns taxistas, poucos garçons... O fato é que percebi que a crise financeira realmente muda o caráter de um povo. Uma geração sem formação escolar suficientemente eficiente causa sérios problemas sociais.

Vamos a algumas dicas, apesar de achar que você deva ir mesmo ir para outro país:

- Cabanas Las Lilas – peça o Ojo de Bife. A melhor carne e atendimento da cidade. Ah, peça um simples café para terminar. Vem cheio de mimos!

- Cachafaz – não se mate por um alfajor da Havana. Recomendaram esta marca, o de doce de leite, e arrasei.

- Bar 6 – o lugar é descolado e serve desde café da manhã a jantar. Vale a pena ir.

- Não deixe de ir a livraria El Ateneo na Santa Fé. Espetacular a decoração e é considerada a segunda livraria mais linda do mundo.

Compras. Cuidado com as lojas do circuitão e os tais outlets que não andam tão baratos como já foram.

Boa sorte pra vocês!

 

3 comentários:

  1. Cabanas Las Lilas em Puerto Madero é do caralho mesmo. Só em lembrar daquele braseiro aceso já da uma saudade imensa.

    Quando estive por lá, também tentaram me passar notas falsas, mas sem sucesso. Peguei uma logo que cheguei e a guardei para sempre poder comparar a textura. Os taxistas são os mestres nisso.

    La Chacrita la recoleta tmb é um lugar bem aconchegante para comer uma boa carne e , fuma rum charuto e tomar uma grapa.

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  2. Peguei uma logo que cheguei e a guardei para sempre poder comparar a textura. Os taxistas são os mestres nisso.

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  3. uma logo que cheguei e a guardei para sempre poder comparar a textura. Os taxistas são os mestres nisso

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