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20 de agosto de 2008

Pressa de viver - Crônica - Blog e-Urbanidade

Hoje acordei pensando em minha irmã que faleceu há seis anos atrás. Ela nos deixou uma lição que a outra irmã me disse no dia em que ela faleceu: "Elaine tinha muita pressa em viver". E isso era verdade, noivou-se aos 14 anos, casou-se aos 16 e aos 33, ano da sua morte, tinha três filhos, de 14 anos, 13 anos e 40 dias (que faleceu no mesmo acidente dela).

Por que falar de um assunto tão pesado num blog que trata de tantos assuntos tão prosaicos? Porque tenho a certeza de que as escolhas da vida nos levam a acreditar que existe uma história que nos acompanhará sempre. Mesmo que não saibamos o dia de amanhã, deve haver alguma coisa maior que nos direciona pra realizar o que viemos fazer neste mundo. E fique tranqüilo, não estou falando de religião, de outras vidas, kharma, céu ou inferno, afinal, sou agnóstico.

Falo que é difícil viver e, também, morrer. Acredito que até o momento "de seguir a luz" é uma escolha. Quando ali estamos, escolhemos se seguimos em frente ou se ainda temos que realizar alguns desejos por aqui.

Só sei que após lembrar da minha irmã, das conversas que tínhamos juntos e das viagens semanais que fazíamos de volta para Goiânia (pois morávamos em Brasília) e ouvindo Lulu Santos, recordo do nosso anseio de ser feliz e encontrarmos, cá dentro da gente, o dom de ser feliz.

Sinto saudade, mas sinto que ela escolheu ir, porque talvez já tenha encontrado o caminho. Enquanto eu estou aqui, suspiro bem fundo e penso: como gostaria de viver tudo mais simplesmente. Como diz aquela música: gostar de quem gosta de mim e querer quem me quer. Ah, e como já disse Gonzaguinha – aliás, tenho cantado muito isso:

Eu apenas queria que você soubesse
Que aquela alegria ainda está comigo
E que a minha ternura não ficou na estrada
Não ficou no tempo presa na poeira

Eu apenas queria dizer a todo mundo que me gosta
Que hoje eu me gosto muito mais
Porque me entendo muito mais também

E que a atitude de recomeçar é todo dia toda hora
É se respeitar na sua força e fé
E se olhar bem fundo até o dedão do pé

Eu apenas queira que você soubesse
Que essa criança brinca nesta roda
E não teme o corte de novas feridas
Pois tem a saúde que aprendeu com a vida

É isso ai, Elaine, estou ainda na estrada. Não tem sido fácil, mas sigo!

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