Nove em Ponto Foto: Divulgação |
O texto explora os diferentes desdobramentos de um mesmo acontecimento, um jantar com dois casais, por três perspectivas: se chegarem 15 minutos antes, depois e às 9 em ponto. Com isso vamos conhecendo as personagens e aquela máxima de que a realidade é sempre vista pelos olhos de quem a vê. O sentido é sempre pessoal e quando observamos o mundo alheio, estamos sempre o fazendo sobre nossa perspectiva.
O ponto alto de Nove em Ponto está realmente no texto e na sua proposta. Com bons momentos, senti falta de uma direção mais afiada na condução de Bianca e Leonardo. Muitas e muitas vezes a montagem aposta em posturas mais caricatas de seus personagens, muito necessário em muitos espetáculos, mas que é preciso humanizá-las. Assim, fica-se na gritaria quase óbvia do texto, mas sem trazê-los para o centro e que pode aproximar mais o público da história.
Lembro, por exemplo, da montagem de Histeria que traz o encontro de Freud e Dalì, em que nos primeiros minutos em cena o pintor catalão é totalmente caricato, obviamente!, mas ele vai se humanizando de tal forma que sua excentricidade não cansa e o mais importante acaba sendo o que o texto teatral quer dizer.
Destaco em Nove em Ponto a função de pícaro da personagem de Carol Bezerra. Sem dúvida, o casal secundário parece mais à vontade com seus personagens. Também muito divertida e bem feita as sequências em que voltam no tempo, trazendo claramente a linguagem audiovisual para a montagem.
Penso que vale a pena assistir, sem muito expectativa.
Minha Opinião:
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Serviço:
Teatro Folha
Temporada até: 9 de março
Apresentações: quartas e quintas-feiras, 21h
Ingresso: R$40,00 (setor único)
Duração: 80 minutos
Classificação: 14 anos
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