Filme Amor |
Amor é um típico filme de arte europeu que faz a cabeça dos críticos. A história é simples, mas vai levando o expectador, sem cortes e pena, a uma situação limite e sem saída, expondo cruamente as mudanças sem volta que nosso corpo vai tomando à medida que os anos passam.
Filmado em praticamente uma locação, a casa do casal Georges e Anne, também poucos outros atores entram na história. O filme tem aqueles planos longos, típicos das montagens européias e aposta mais na imagem do que em falas e na sensibilização pela sonoplastia.
Anne, uma senhora ativa e que adora música, tem um derrame e a partir daí é mostrado, em mínimos detalhes, o declínio daquele corpo, incluindo o isolamento gradativo do casal. Georges, o marido companheiro, muitas vezes denominado de general pela própria esposa leva com submissão toda a situação, "pois eu poderia estar no seu lugar", diz algo assim para Anne ao explicar sua atitude.
Como ouvi dia desses, um bom filme é aquele que não nos leva a uma compreensão fácil e rápida da história, ou seja, narrativas bem mastigadas estão para o cinema americano e não para o europeu. Por isso, depois é preciso ficar como a filha do casal na última cena, sentada na sala, revendo tudo para ver se ficou tudo claro mesmo. E, quem sabe, fazer algumas escolhas pessoais sobre o que acredita realmente ter acontecido e, ainda, sobre qual tipo de amor que o diretor e roteiristas nos propuseram. Para terminar, e não tenho dúvida disso, aprovar a opção do marido em uma das últimas cenas.
Para terminar, o filme vale a pena pela interpretação da atriz Emmanuelle Riva e suas complicações físicas com a doença. Reconheço que em alguns momentos fiquei na dúvida se ela realmente não estava passando por aquilo, diante dos músculos falhos. Impressionante! Merecida a indicação ao Oscar, perdida, infelizmente, para Jennifer Lawrence. Penso ser menos injusta do que a de Fernanda Montenegro para a insossa Gwyneth Paltrol! Rancor, fazer o quê?
Minha opinião
: )
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