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26 de abril de 2012

Cidades - Série As dez coisas pelas quais vale a pena viver- Blog e-Urbanidade

Foram muitas as cidades em que cheguei sem saber para aonde ir, algumas após estudar o mapa ou algumas totalmente perdido, seguindo o rumo. Sempre, nessas histórias, pegar a rua errada não é um problema, é um lugar novo a se conhecer.

Têm algumas cidades pequenas, como o dia que cheguei em Ceres, no interior de Goiás, para dar um curso. A gente logo acha que vai saber andar, facilmente, afinal não tem tantas ruas assim para se perder. Mas, gente em lugar desconhecido é sempre gente perdida. 

Tenho muitas cidades que fui andando assim, sem direção. Lembro-me de Londres, cheguei no rio Tâmisa e fui seguindo para qualquer direção às suas margens. Visitei lugares lindos, me tornei James Bond em várias esquinas, relembrei cenas de filmes e, hoje, quando vejo o mapa, tenho a certeza que andei muito. Também me vem à memória quando cheguei a Paris. Nesse caso eu estudei todo o trajeto, aeroporto-hotel. E perfeito! Acertei tudo: todas as trocas de metrô, paradas etc; e, sempre, de olho nas pessoas (adoro isso) e, claro, procurando a Torre Eifel. Quando a encontrei ao longe, não pude deixar de me arrepiar. Tornei-me cúmplice de Napoleão: não há lugar mais lindo no mundo. 

Agora, a viagem inesquecível foi aquela que fiz sozinho, aos dezesseis anos para São Paulo. Morava em Goiânia e guardei por seis meses metade do meu salário de estagiário, que já era bem pouco, para comprar a passagem. Fiquei dias sem dormi, comprei a roupa para viagem de ônibus e me preparei como se estivesse indo atravessar o Atlântico. Como na época não havia internet, prestei atenção em todas as conversas e nos lugares em que não poderia deixar de ir. Naquela época eu precisava conhecer a rua Direita! Hoje passo por lá sem ao menos notar que foi ali que começou nosso amor: entre mim e São Paulo.

A primeira viagem sozinho
Não sabia para onde ir, mas despedi dos amigos da minha família em São Caetano e lá fui eu. Perguntei onde pegava o ônibus e só me explicaram que era na esquina do farol. Demorei uns dez minutos procurando pelo mesmo, até que entendi que tal coisa para o paulista é semáforo. Cheguei a perguntar para algumas pessoas onde ficava a esquina do farol, alguns me estranharam e apontaram para as três lâmpadas: vermelha, verde e amarela. Subi no ônibus e fui em direção ao centro da cidade. Como sempre, andei muito, entrei em caminhos estranhos, comprei algumas bobagens no camelô e comi no Mc Donalds. Peraí, isso tem uns vinte e cinco anos. Havia a loja de fast food aqui na capital paulista e achei tudo moderníssimo, na forma de fazer o pedido, de como se servia e, o melhor, como as pessoas eram educadas em jogar toda a papelada no lixo. Era o máximo. Também me esbaldei no sorvete. Achei interessante o tal creme com calda de morango.

Sim, é uma delícia chegar a uma cidade estranha e caminhar sem destino. Ver as pessoas! Adoro vê-las.  E falando dos seus problemas. Ou melhor, ouvir como resolvem suas tristezas diárias. Como todo mundo é seguro nessas horas, não?

Chegar a uma cidade estranha tem gosto de recomeçar, de nova vida. Mesmo que valha por apenas alguns dias, a gente precisa disso. De vez em quando.

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