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9 de abril de 2012

Eu Era Tudo Para Ela e Ela Me Deixou - Blog e-Urbanidade

Finalmente fui assistir Eu era tudo para ela e ela me deixou com Marcelo Médici e Ricardo Rathsam, texto assinado por Emilio Boechat. Com uma longa temporada no teatro Faap, o espetáculo construído a partir de nove personagens interpretados pelo mesmo ator, mostra além de muita versatilidade, o ritmo conhecido para comédia de Marcelo.

A história tem tudo para ser um grande dramalhão. Um sujeito ouve da sua esposa o desejo de separar-se dele. Por isso, como esperado, quer os seus bens e tudo mais que tem direito. Inclusive expulsa o sujeito da sua própria casa. A partir daí, ele passa a vagar pela casa de amigos, hotéis-pulgueiros e bares em busca de alguém que o ouça e consiga explicar aquela separação repentina. Então, várias figuras engraçadas e estranhas – todas interpretadas por Médici – cruzam aquele homem atormentado.

O texto de Emílio Boechat é bem escrito, com piadas inesperadas e construído a partir de esquetes em que o personagem vivido pelo marido traído serve de escada para as várias caracterizações do ator principal. Não podemos dizer que toda a construção dramatúrgica desse espetáculo tenha como pano de fundo o de resolver um conflito, mesmo que a história da separação seja esse fio condutor. Alguns quadros não servem explicitamente para "resolver" a história, porém é muito criativa a forma como o autor resolveu a apresentação de uma narrativa fragmentada, a fim de fazer com que Médici brincasse e mostrasse toda a sua versatilidade no palco. O que fascina no texto é a forma como as tragédias humanas são nos apresentadas e ainda nos fazem rir, sem culpa. A conclusão inesperada – ou nem tanto – chega a dar algum sentido em tudo, mas, nessa altura, o que importa é que o roteiro funciona e consegue dar uma unidade a tudo.

Também é competente a iluminação que nos coloca diante um clima quase bucólico, do interior, hora servindo para a marcação de um plano, hora para dar vazão aos sonhos do marido atormentado. Tudo isso arrematado pelo cenário montado a partir da fachada de uma casa permitindo os mais variados planos de encenação.

A montagem está no teatro Faap com casa sempre cheia e os ingressos podem ser adquirido por telefone com cartão de crédito. A única coisa que realmente é desagradável no local é o espaço entre as fileiras, muito apertado e chega a incomodar em certa altura do espetáculo.

Segundo informações que vi pelos sites, o espetáculo fica até o final de abril. Possivelmente deva ter alguma prorrogação e vale mesmo a pena. É diversão na certa e sempre bom vermos no palco uma montagem bem feita e coletiva, pois esse seria um erro provável do espetáculo, ou seja, fazer todas as apostas apenas nas facetas do ator. 

Minha opinião
: D


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