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6 de junho de 2011

Ensinando A Viver - Blog e-Urbanidade

De 1972, com Ruth Gordon e Bud Cort
Assisti um filme que sempre ouvi falar, mas nunca tive disposição para encará-lo, mesmo sabendo que era uma história linda e fascinante. Falo de Ensina-me a Viver, um clássico dos anos 70 e que no Brasil teve uma versão para o teatro com o Glória Menezes.

Antes que você deixe de ler o blog porque já assistiu o filme ou a peça, não quero aqui falar das qualidades técnicas dele, mas das lições que a gente passa a ter que pensar ao assistí-lo.

A história é de um garoto, Harold, que tenta chamar a atenção de todos, principalmente da sua mãe, criando cenas de suicídio. Porém, a senhora, escaldada com as gracinhas do rapaz, toca a vida como se nada existisse. Ou melhor, procura saídas, mas sem mergulhar no fato em si. O rapaz adora frequentar enterros, está sempre por lá. Até que um dia conhece uma senhora que está chegando aos oitenta anos. Maude é o inverso dele. Adora viver! É uma mulher que busca, o tempo todo, experimentar as suas capacidades hedonista. 

Em dado momento, Maude ouve o rapaz, em um dos melhores momentos do filme, sobre coisas que ele gostaria de fazer, mas deixa de realizá-las, se boicotando, colocando uma análise moral a frente do que deseja. Então, ela lhe diz que é necessário, muitas vezes, viver sem tal juízo moralista. Ela é imoral, no bom sentido da palavra, não se importa com o que os outros pensam.

Versão para o teatro com Glória Menezes
e Arlindo Gomes estreiou em 2007
Quando o filme acaba temos a sensação de que Maude poderia ter vivido mais, porém ela é tão consciente dos seus atos e da sua felicidade, que até sobre a duração da sua vida ela é capaz de determinar. E na gente fica aquele desejo, o de viver o aqui e agora, ou seja, o momento. É necessário se permitir o simples movimento de experimentar, porém é preciso ter coragem para isso. É isso que Ensina-me a Viver nos mostra, existir nos exige coragem de pensar, de provar, de errar...

Uma das metáforas mais interessante do filme é quando Maude e Harold encontram uma árvore seca no meio da cidade e ela diz que é necessário tirá-la dali e levá-la de volta a floresta. Lá, poderá novamente dar um sentido a vida, por um simples motivo: estará em contato com a verdadeiras fontes da existência, por si só, sem que alguém venha lhe regar ou dar um adubo. Ou seja, devemos parar de esperar que a nossa fonte de alegria venha dos outros e não dos nossos próprios elementos naturais.

Ensina-me a Viver é um filme que nos leva a  pensar sobre a forma como vamos nos fechando ou nos enquadrando e, quem sabe, nos protegendo. Sem coragem de experimentar e sentir.  Ah, também há de se dizer que é preciso ter na vida uma capacidade de viver perto do perigo, ou melhor, no limite.

Não sei se você já viu a película, mas é fundamental que anote os horários na tevê a cabo e procure vê-lo. Com certeza, é uma boa possibilidade para avaliar seus sonhos, desejos e forma de se viver intensamente.

Boa semana!

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