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21 de novembro de 2010

Rick Martim em Oprah - Blog e-Urbanidade

Ando muito televisivo... Depois que a Sky criou esta história da gente gravar o que tem vontade de assistir, sentar para descansar, significa colocar-se em dia com os programas, documentários e seriados. Isso é só uma justificativa para começar e mostrar por que meus livros continuam sendo lidos de forma tão lenta.

Eu preciso, porém comentar sobre a entrevista de Rick Martim na Oprah que assistimos nesta última semana. Acho que nenhum programa pode ser mais interessante de analisarmos, quando vemos cenas de homofobia pelo Brasil e comemoramos no último dia 20, o dia da Consciência Negra.

Rick Martim e Oprah apresentaram uma das coisas mais bonitas de se ver, alguém sendo por inteiro, mesmo que um pouco de felicidade de margarina esteja impregnada em toda a narrativa. Mas os americanos são experts nisso.

Também acho que às vezes faz bem essas narrativas com final feliz na vida da gente. E o mais importante é que Rick, em certo momento, diz que o grande problema em todo processo foi se sentir inferior durante grande parte da vida.

E sentir-se inferior é o problema de toda a pessoa que é alvo de preconceito: homossexuais, negros, soropositivos e por ai vai. Não dá para viver por inteiro quando nos sentimos assim, menores do que os outros. E isso leva a todos a um fim trágico ou uma vida complicada, falsa e vazia.

Não quero culpar ninguém, mas me incomoda como nós, brasileiros, fomos mesmo invadidos pela a cultura européia. Quando olhamos para nossa religiosidade e como fomos influenciados pela cultura africana é um absurdo que tenhamos demonizado de forma tão horrível os padrões religiosos da umbanda, por exemplo.

Não sou defensor desta ou daquela religião, pois já me coloquei aqui, mesmo tendo uma origem fortemente protestante, hoje me sinto muito seguro como agnóstico. Tentei até ser ateu, mas ainda me pego pedindo a alguma força superior para me ajudar quando me sinto nervoso numa decisão a ser tomada. Freud explica!

Ainda gosto de fazer algumas meditações ensinadas pela Cabala com os nomes de Deus. Sinto certa reverência quando entro numa igreja católica e vejo ali seus santos. E me emociono quando vejo um cristão cantando com tanta reverência um cântico. Portanto, o agnosticismo parece ser o mais correto para mim, nessa fase da vida.

Ah, também não posso de deixar de respeitar a religiosidade e a disciplina dos amigos umbandistas que me emocionam com seu respeito à natureza e a forma digna de viver sua vida espiritual.

Sei que divaguei muito, mas me incomoda que está ou aquela religião – e aqui não posso deixar de apontar para o cristianismo – acham que esse ou aquele caminho seja o melhor ou correto. Logo, você é inferior por não estar aqui!

Realmente concordo com Rick Martin, deixar de sentir-se inferior passa pela espiritualidade. Pelo menos é um caminho! Por isso, se você se sente, de alguma forma, menor por causa da sua sexualidade, cor ou seja lá o que for, corte esse raciocínio.

É engraçado perceber que o cantor latino quando resolveu dizer em público sobre sua sexualidade não se sentiu tenso e sim livre. Isso é a pura verdade, quando deixamos de nos sentir menor, há um alívio. Impressionante. Mesmo que o mundo lá fora ou aqui dentro possa mostrar o contrário.
E eu não tenho nenhuma dúvida sobre isso!

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