O Júri |
Gostei muito do livro, apesar de achar que demora um pouco para começar a história. No início a gente sabe que alguma coisa muito estranha está acontecendo, mas o autor usa artifícios literários de "enrolar" o seu leitor, ou melhor, foca em outros personagens e deixa os protagonistas para o final. Porém, quando engrena, a leitura é compulsiva.
A história é de um julgamento contra a indústria de cigarros, promovido por uma viúva que teve seu esposo morto por câncer. Algumas perguntas são: a doença foi causada pelo cigarro ou não?; será que o "viciado" tem opção realmente de parar?; ou quanto custa a perda de um marido (e pai) a uma família? Com artimanhas, os advogados de defesa precisam fazer, de qualquer jeito, que aquilo não dê certo para evitar novos tribunais, arrasando de vez com essa indústria.
Um personagem infiltrado no júri começa a criar uma série de situações a fim de dominar o grupo. Reconheço que achei bobo, por exemplo, plantar uma revista proibida pelo juiz no quarto de um dos integrantes e assim tira-lo do julgamento. Meio novela das seis e autor cansado, mas pela época que foi proposto, penso que isso era bem inédito.
Vale a pena ler, sim. É um livro delicioso, bom suspense até para quem não é advogado, como eu. Boas as discussões e os pontos de vistas dos dois lados envolvidos no julgamento. Fora que a reviravolta do final compensa as quase 500 páginas.
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