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20 de junho de 2011

Programa Chegadas e Partidas - Blog e-Urbanidade

Sem dúvida é na tevê a cabo que encontramos alguns bons programas que se salvam entre uma programação que além de ser criativa deve ter altos índices de audiência, vista na tevê comercial. E uma boa surpresa tem sido assistir o programa de Astrid Fontenelle (foto) na GNT, Chegadas e Despedidas.

Astrid localizada no aeroporto de Guarulhos encontra pessoas que vão embora e chegam, assim ela tem material o bastante para mostrar histórias de amor, de reencontros e muita emoção. É interessante quando o jornalista encontra histórias assim, inusitadas. Mas como alguém não tinha pensado até hoje de busca-las no aeroporto?

São emocionantes as despedidas e tanto mais as chegadas. Ontem mesmo, no domingo do dia 19/06, assistimos a ida de um rapaz, que nem parente era da família paulista, e decidira vir tentar a vida em Brasília. Foram tantas lágrimas  que é possível perceber que não são apenas os laços de sangue que podem nos unir.

E lá pelas tantas, um grande amor chega à cidade, já estamos chegando perto do fim do programa. O marido português e a esposa brasileira finalmente se reencontram, ele vem morar em definitivo no Brasil. A ansiedade é latente em toda a espera e as lágrimas brotam nos olhos da gente quando o casal se encontra. Emocionante!

Talvez o sentimento mais nobre que nos una seja mesmo o amor.  E a despedida e o reencontro nos fazem conectar instantaneamente com ele. Muitas vezes quando estamos ali, ao lado, no cotidiano, sem a perda, não damos tanto valor ao que sentimos. E possivelmente nem tenhamos clareza se amamos.

Quantas vezes precisamos perder um amor, por uma separação, por exemplo, para sentirmos falta dele. Claro que tento me desvencilhar daqueles que acham que amor sempre tem que arder, pois tem hora que ele é uma chama,  mas branda. Puxa vida, esse é o melhor dos amores!

Astrid e sua equipe conseguiu um achado no programa Chegadas e Despedidas – e soube que vai ter mais uma temporada. Mostrar os sentimentos humanos no seu melhor momento, quando inequivocamente eles nos assaltam, as lágrimas saltam lá dentro da tela e quando a gente vê, também chora, pelas chegadas e despedidas de lá e pelas nossas próprias, que vão e vêm, sempre!

12 de junho de 2011

O Código da Vinci - Blog e-Urbanidade

Agora ele resolveu ler o tal O Código Da Vinci. E não parava de ler! Isso era bem comum. Quando pegava uma obra, não sossegava enquanto não chegava à última página. E nunca ouvia uma pergunta de primeiro. Sempre tinha que haver um bis, depois de um "hum?!". Aquilo a deixava louca! Sempre tinha que repetir a pergunta e a resposta era sempre rápida, desentendida ou com monossílabos.

Ele relutou muito para ler o livro. Sempre teve uma certa ojeriza a best sellers e lista de mais vendidos. Mas dessa vez não teve outro jeito. Parece que as cores vermelhas da capa brilharam quando passou perto da estante. Meio escondido, comprou, começou a ler e não parava. Para desespero dela.

Mais de duas semanas de leituras ininterruptas. Ele chegava do jornal, tomava banho, comia algua coisa, entrava num diálogo rápido e curto e, de repente, sumia. Estava em algum canto da casa lendo mais algumas páginas do livro. Quando saia de lá, ia para o quarto. Dava uns beijinhos, fazia uns carinhos... e acendia o abajur. Lia mais alguns minutos (ou horas!).

Ela ficou meio assustada quando soube que o livro havia sido proibido pela Igreja Católica. Tentou até dar uma folheada para ver se tinha algum desenho ou símbolo macabro. Não viu nada demais, apenas letras, aliás muitas letras. Preferiu ficar quieta. Mas o que mais a atormentava é que após aquele, haveria outro e outro, depois outro... Ele adorava ler.

Ela gostada de ler, mas nem tanto. "Aquilo parecia fixação, meu Deus!", pensava ela. "Será que ele está fugindo de mim?", começou a divagar. "Será que ele não me ama e usa os livros com uma válvula de escape?", questionou em prantos numa prece antes de dormir.

Fez o prato que ele mais gostava e abriu todas as portas para que o cheiro chegasse nele. E nada dele aparecer. Contou até mil e resolveu chamá-lo. Ele demorou mais uns quinze minutos e veio com o livro na mão. "Acho que entendi porquê esse livro está proibido", concluiu ela. "Acho que deve separar um monte de casais".

Era tarde da noite do décimo dia quanto dele terminou a leitura. Apagou a luz e suspirou, sentindo que estava com a missão cumprida. Deu uma encostadinha nela para ver se ela acordava. Ela não se mexeu. Fingiu de morta. Não queria dar o braço a torcer.

Ela tomou uma decisão na manhã seguinte: agora, era ela que ficaria dez dias sem falar com ele direito. Iria arrumar alguma coisa que chamasse a atenção dela e esquecesse dele. "O que poderia ser?", perguntou pra uma amiga. Depois do trabalho resolveu andar no shopping. Nada melhor para uma mulher! Entrou numa livraria e ficou olhando, como se estivesse em terra inimiga. Achou um livro perfeito! Comprou uma versão de Kama Sutra e deu a ele de presente. Sempre na hora de dormir, apenas esse livro podia ser lido. Eram ordens expressas dela! E olha que nunca se falaram tanto!

Série  "Felizes para Sempre"
Publicado no Tribuna do Brasil, 
dia 14 de abril de 2005. 
Caderno Maria Bonita.

6 de junho de 2011

Ensinando A Viver - Blog e-Urbanidade

De 1972, com Ruth Gordon e Bud Cort
Assisti um filme que sempre ouvi falar, mas nunca tive disposição para encará-lo, mesmo sabendo que era uma história linda e fascinante. Falo de Ensina-me a Viver, um clássico dos anos 70 e que no Brasil teve uma versão para o teatro com o Glória Menezes.

Antes que você deixe de ler o blog porque já assistiu o filme ou a peça, não quero aqui falar das qualidades técnicas dele, mas das lições que a gente passa a ter que pensar ao assistí-lo.

A história é de um garoto, Harold, que tenta chamar a atenção de todos, principalmente da sua mãe, criando cenas de suicídio. Porém, a senhora, escaldada com as gracinhas do rapaz, toca a vida como se nada existisse. Ou melhor, procura saídas, mas sem mergulhar no fato em si. O rapaz adora frequentar enterros, está sempre por lá. Até que um dia conhece uma senhora que está chegando aos oitenta anos. Maude é o inverso dele. Adora viver! É uma mulher que busca, o tempo todo, experimentar as suas capacidades hedonista. 

Em dado momento, Maude ouve o rapaz, em um dos melhores momentos do filme, sobre coisas que ele gostaria de fazer, mas deixa de realizá-las, se boicotando, colocando uma análise moral a frente do que deseja. Então, ela lhe diz que é necessário, muitas vezes, viver sem tal juízo moralista. Ela é imoral, no bom sentido da palavra, não se importa com o que os outros pensam.

Versão para o teatro com Glória Menezes
e Arlindo Gomes estreiou em 2007
Quando o filme acaba temos a sensação de que Maude poderia ter vivido mais, porém ela é tão consciente dos seus atos e da sua felicidade, que até sobre a duração da sua vida ela é capaz de determinar. E na gente fica aquele desejo, o de viver o aqui e agora, ou seja, o momento. É necessário se permitir o simples movimento de experimentar, porém é preciso ter coragem para isso. É isso que Ensina-me a Viver nos mostra, existir nos exige coragem de pensar, de provar, de errar...

Uma das metáforas mais interessante do filme é quando Maude e Harold encontram uma árvore seca no meio da cidade e ela diz que é necessário tirá-la dali e levá-la de volta a floresta. Lá, poderá novamente dar um sentido a vida, por um simples motivo: estará em contato com a verdadeiras fontes da existência, por si só, sem que alguém venha lhe regar ou dar um adubo. Ou seja, devemos parar de esperar que a nossa fonte de alegria venha dos outros e não dos nossos próprios elementos naturais.

Ensina-me a Viver é um filme que nos leva a  pensar sobre a forma como vamos nos fechando ou nos enquadrando e, quem sabe, nos protegendo. Sem coragem de experimentar e sentir.  Ah, também há de se dizer que é preciso ter na vida uma capacidade de viver perto do perigo, ou melhor, no limite.

Não sei se você já viu a película, mas é fundamental que anote os horários na tevê a cabo e procure vê-lo. Com certeza, é uma boa possibilidade para avaliar seus sonhos, desejos e forma de se viver intensamente.

Boa semana!