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4 de dezembro de 2016

Como Safadão e Henrique e Juliano andam me ajudando a fazer poesia na vida - Blog e-Urbanidade

Fui correr e resolvi ouvir uma playlist do Spotify: 2016 na Música. E a chamada dizia algo do tipo: mesmo que ano foi difícil, tivemos coisas boas. Ok! Melhor acreditar! E lá fui eu ouvindo as canções que fizeram sucesso no ano, vindo de tudo, das internacionais às brasileiras, mas não posso deixar de dizer que fiquei admirado com a criatividade dos letristas da nossa terrinha.

As sertanejas são as mais criativas e curiosas. Como sou do tempo que o mais coloquial era "aquele fio de cabelo comprido já esteve grudado em nosso suor", não tenho uma teoria de que hoje ou antes era melhor. Nem é esta a minha intenção. Porém, entendo porque algumas se tornam música chiclete, principalmente, para a moçada de hoje. São simples e diretas, logo, se comunicam

Para começar: Cometi/ A loucura de nossas fotos rasgar/ E uma por uma eu vou ter que colar/ Mas foi na hora da raiva/ Na hora, na hora da raiva. Quem não perdeu a cabeça na hora da raiva, heim? E até rasgou as fotos?

Mesmo que a passionalidade não seja uma atitude legal e quando vamos amadurecendo percebemos que nos entregar a ela não tem mérito algum, sempre acreditei - e digo isso para alguns amigos - há momentos que é preciso não deixar o sangue esfriar. E muitas outras, é preciso aguardar, minutos, horas ou até dias. Porque depois das fotos rasgadas, não há durex que dê conserto.

Mais uma sábia letra: Eu bebo pra esquecer/ Se fosse pra lembrar eu anotava/ E de você não quero me lembrar de nada/ Nada, nada, nada, nada. 

Para mim não existe nada mais risível do que "se fosse pra lembrar, eu anotava". Quem não bebe (ou bebeu) para dar um relaxada e esquecida? Aliás, eu sou desses que algumas doses me fazem esquecer completamente a noite anterior. Verdade! E a bebida se tornou esta mágica do mundo contemporâneo, pois ela nos consegue relaxar e, se tudo der certo, nos faz esquecer. Serve para destruir aquela máxima de que o passado não dá pra mexer.

E por fim, com participação do Wesley Safadão, vamos com essa: Chorou que soluçou, se ajoelhou Pedindo pra voltar e eu só vendo/ Chorou que soluçou, se ajoelhou Ei, pera aí, a Globo tá te perdendo.

Como gostaria de ter dito tão sábias palavras em alguns momentos da vida! É pura poesia para quem dizia: fulano é um artista. Ou, mais direto ao ponto: sicrano é falso!

Não gosto de discutir se isso é ou não é arte ou poesia, pois, para mim, qualquer uma dessas pode ser desde que toque, (re)signifique ou faça sentido. Mas, me impressiona a forma crua de se expressar neste mundo do politicamente correto. Só gostaria que me entendessem que ao palavrão dito ao ser fechado no trânsito também é poesia!

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