Aqui é um lugar pra falar de mim e de todos. E estou em falta em contar que voltei à terapia. Depois de tantos anos fazendo na linha sistêmica – desculpa, minha ex-terapeuta que depois de tantos anos juntos posso não ter nomeado corretamente a sua linha -, decidi por fazer algo mais hard.
Estou fazendo terapia lacaniana e freudiana (e tudo mais que possa ter...). Mas eu tenho um objetivo, desta fez quero ir fundo no tal inconsciente, com direito a tudo, inclusive sentar no divã.
Nas primeiras sessões tive medo. Não usei o móvel. Mas um belo dia, decidi: vai ser hoje. E foi. Fiquei com a sensação de que o mundo é muito maior entre o encosto do divã e a parede. Parecia que o mundo cabia ali, naquele espaço.
Senti solitário, mas Freud estava certo! É realmente perfeito assim.
Tenho concluído algumas coisas sobre a “dinâmica” da terapia. Realmente quando a gente fica ali falando para a parede, ficamos com uma sensação de que somos malucos mesmo e cheios de neuroses. Falamos, falamos, falamos, falamos e que maluquice! Como a gente complica as coisas.
Tenho querido falar menos, sabia?!
Outra coisa, não pode haver erros. Tudo que digo meio atrapalhado vira minutos de reflexão. Por exemplo:
- Como vai fulano de tal?
- Quem? Meu cachorro?
Pronto, fulano que não era um quadrúpede passa a ser o tema de alguns minutos (ou dias). É o tal ato falho. E como descobrimos coisas dali.
Minha terapeuta ainda tem um talento a mais. Adora perguntinhas picantes e emenda:
“Continuamos na próxima sessão?”. Pronto, temos aí mais algumas horas e dias para pensar em tal pergunta.
“Continuamos na próxima sessão?”. Pronto, temos aí mais algumas horas e dias para pensar em tal pergunta.
Estou adorando tudo. Também presencio um processo de vai-ou-racha. Yôga, duas vezes por semana, Terapia, uma vez (por enquanto, ela quer aumentar pra duas), corrida, três e Musculação, duas. O que me falta, agora? Bom, assunto pra outro dia.
Não digo que as pessoas simples não tenham conflitos mas porque a vida é tão simples que pra essas pessoas, o mais complicado é o dia-a-dia. é mesmo estranho ficar sentado num divã,falando pra parede, ouvindo sua voz ecoando o que tá lá por dentro...mas as pessoas simples vivem o comum,o trivial, o hoje, a sobrevivência urgente, e o complicado é o futuro distante da realidade tão crua.
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