Javier Marias |
As sete razões para não escrever um romance, Javier, enumera e tomo a liberdade de resumir assim;
1) Há muitos romances por ai e muita gente também escrevendo, dessa forma, as possibilidades, levando em conta os antigos e os que são escritos anualmente, a probabilidade de ser lido é cada vez mais próxima de zero.
2) Escrever um romance não é um mérito, qualquer pessoa pode fazê-lo. Desde poetas, jornalistas a médicos e militares.
3) Romances não dão dinheiro. Investir tempo neste tipo de atividade, esperando por rentabilidade, é um disparate.
4) O romance não traz fama. O autor sugere buscar formas muitas mais simples de obtê-la, caso seja seu caso.
5) Aquela história de escrever é tornar-se imortal é balela, segundo Javier. Poucos são os autores imortalizados. Leitores e críticos esquecem seus romancistas e, pior ainda, as editoras.
6) Escrever não adula a vaidade. As pessoas leem sozinhas, os elogios, quando existem, são vistos por poucos. O escritor não é um diretor de cinema que assiste a reação automática do seu expectador.
7) O trabalho do escritor é solitário e duela, a todo tempo, com a sintaxe, o papel em branco e seus próprios personagens, que são partes ocultas de si mesmo.
E agora, um simples motivo para escrever um romance:
1) Escrever possibilita ao escritor viver instalado na ficção, no reino do pode ser e nunca foi.
Não sei como o ensaio pode bater em atuais e futuros escritores, mas não deixa de ser uma boa análise. Os fortes podem pensar em continuar seu romance, apenas na busca de distanciar-se da sua própria realidade, como tantos autores já disseram por ai. Afinal, concluir Javier, escrever é um modo de inventar um futuro que o autor não verá.
Quem quiser ler o ensaio na íntegra, clique aqui.
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