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14 de novembro de 2010

Prêmio Jabuti 2010 - Blog e-Urbanidade

Na semana passada coloquei a lista final do prêmio Jabuti e com um título curto, mas cheio de duplo sentido: o Jabuti é pop. Não participei e não mandei meu livro para o concurso, até porque ao enviar para o Prêmio de Literatura de São Paulo, no início do ano, percebi que só passa para a segunda fase quem tem uma “certa” expressão no meio.

Não vou fingir que fiquei com uma sensação de quem ninguém pegou meu livro no Literatura de São Paulo. O negócio funciona assim, são duas etapas. Na primeira, uma comissão analisa e cria uma lista que passa a ser avaliada com mais cuidado. Tudo bem que não esperava ganhar, afinal só de passar para a primeira fase já seria uma festança.

Quando abri a lista não vi pessoas desconhecidas e apenas autores de grandes editoras. Nenhuma produção independente ou coisa do gênero. Calei-me, era o melhor a fazer, pois se fala alguma coisa nessas horas parece que você está com o orgulho ferido.

Ao ver a lista dos ganhadores do Jabuti fiquei com a mesma sensação. Exatamente o que disse o editor José Mário Pereira, da editora Topbooks para a Folha de São Paulo: “Antes os escritores eram prestigiados pelos prêmios, agora são os prêmios que precisam dos escritores para ter prestígio”.

Não tenho muita dúvida – e nem li ainda - da qualidade do livro de Chico Buarque, mas a lista é pop demais. Fiquei quieto, afinal não tenho nada a ver com isso, mas quando li a matéria longuíssima no caderno Ilustríssima da Folha de São Paulo, deste domingo, dia 14 de novembro, descobri que não penso sozinho nisso.

A matéria discute o caso e coloca em cena a palavra do presidente do Grupo Record, Sérgio Machado, ao afirmar que no ano que vêm não entra. Tudo porque achou estranhíssimo Edney Silvestre ter o seu livro em primeiro lugar e darem o prêmio para o segundo colocado, Leite Derramado.

Estranhíssimo, não! Ainda mais quando percebemos que os concursos literários do Jabuti, Portugal Telecom e de São Paulo tiveram os mesmos ganhadores. Está vendo como não tenho dúvida que não leem tudo que vai. Já vão direto nos nomes expressivos, nas editoras conhecidas ou outras escolhas...

Para terminar, copio a fala de Sérgio Machado em sua entrevista a Folha. Acho que não preciso dizer mais nada!

"A concepção de prêmio favorece essa característica de celebridade. Se eu amanhã publicar um livro infantil da Xuxa, é capaz que eu ganhe o infantojuvenil. Esse prêmio, do jeito que está sendo disputado, poderia ser feito na plateia do Faustão. Ou do Sílvio Santos. Porque não tem absolutamente nenhum critério."

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