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21 de setembro de 2015

Filmes românticos para dias de inverno - Blog e-Urbanidade

Se the loves in the air recomendo dois filmes interessantes para os apaixonados, que acreditam que o amor não seja apenas uma criação da sociedade burguesa... Ok, não dá para ser amargo assim quando se busca algo para assistir na categoria "romance". Então, vamos lá:

A Incrível História de Adaline
A Incrível História de Adaline - é um filme correto e com uma história bem contada, inverossímil, mas convence. Adaline sofre um acidente e deixa de envelhecer e o que poderia ser uma dádiva, passa ser um problema quando se pensa nas relações amorosas. Assim, sempre que se apaixona, foge, deixando de criar vínculos. Quando decide, finalmente, se abrir para uma relação duradoura, descobre que o rapaz é filho de um antigo amor.

Harrison Ford está bem no papel e estrela sua participação coadjuvante com muita competência. Blake Lively (Adaline) faz uma composição correta, mas é chatinha, como quase todas as mocinhas de filmes românticos. Muito eficiente a participação da veterana Kathy Parker e fique de olho no texto do brinde do aniversário de casamento de Willian e Kathy. Tocante!

O filme é cheio de clichês, mas procura romper com alguns deles e isso surpreende. "Bonitinho" e vale a pena, principalmente para assistir a dois, se possível for.

Best Day Ever
Best Day Ever - não sei se o filme chegou a ir em algum cinema no Brasil, mas encontrei no PopCorn Time. Mesmo envolvendo situações homoafetivas, não deixa de ser interessante os questionamentos do personagem principal. Chegando aos cinquenta anos, com um namoro indo pelo ralo, fica a dúvida se ainda é possível encontrar um amor nessa idade. O filme é básico, com cenas bem longas, roteiro regular e final cheio de clichê. Mas alguns diálogos são muito bons, principalmente o travado entre o protagonista, David, e um amigo mais velho. Não vai derramar em lágrimas, mas é uma boa reflexão sobre os amores na meia-idade.


17 de setembro de 2015

MOSTRA FRANÇOIS TRUFFAUT EM SÃO PAULO - Blog e-Urbanidade

François Truffaut recebe uma mostra com seus filmes do dia 17 a 30 de setembro no Caixa Belas Artes. São cópias digitais restauradas que apresentam a nouvelle vague francesa. A programação, será realizada na Sala 2 – Candido Portinari e prevê quatro sessões diárias, vespertinas e noturnas. É a chance imperdível de ver ou rever exemplares de uma obra que mudou a maneira de fazer e pensar cinema no final dos anos 50.

Aqui vai o link da mostra e espero encontrá-los por lá.

Seguem também, algumas sugestões de filmes, dadas pelo diretor da programação do Caixa Belas Artes, publicado pela Folha de São Paulo. 

Fonte: Clube dos Cinco - FOLHA DE SÃO PAULO, 17/09/2015 -  Jornalista: Anna Virginia Balloussier.

16 de setembro de 2015

Leveza - um tipo de inteligência - Crônica - Blog e-Urbanidade

Sempre tentei ser uma pessoa sossegada ao errar um caminho, mesmo morando em São Paulo, mesmo em viagem. Obviamente, não fazer o trajeto correto por algumas bandas pode não ser uma boa, mas vivi boas experiências ao, por exemplo, virar em alguma rua errada e encontrar uma linda e inesperada praça. Ou, quem sabe, simplesmente, aprender um novo caminho.

Não sei se é possível dar nome para esta característica, mas uma das coisas que temos que aprender na vida é ser leve! É difícil, porém deve valer a pena. Brigar com o parceiro de viagem por causa de duas quadras percorridas na direção errada pode estragar alguns dias das férias. Estressar com quem te fecha no trânsito pode estragar um domingo de sol agradável com a família...

Tudo bem que não dá para ser paz-e-amor o tempo todo. Tem hora que tem que rasgar o peito e jogar umas verdades por ai, mas, assim como o amor, penso que a leveza seja também um tipo de inteligência. Aprender a sorrir de si mesmo seja uma dádiva necessária.

Não tenho receita, mas vejo as pessoas querendo ser algo que não são ou realmente não desejam. Quantos (e quantas) desejam um amor e quando encontram alguém legal não investem ou são blasé? Quantas (e quantos) gostariam de não estressar e não praticam a técnica de dar uma volta no quarteirão antes de responder?

Sem dúvida, poderia levantar uma lista de coisas que precisamos refletir. Mas até o pensar demais, ser racional demais, pode não ser uma boa. Aprender a pensar-de-menos e sentir-a-mais é uma forma de maturidade. Várias vezes, nas minhas sessões de terapia, a profissional dizia: quando estiver pensando demais, se pegue, aperte seus braços, pernas, vá fazer uma caminhada, lembre-se que tem corpo!

Ufa, pegue-se, aperte-se, pense, quando necessário e na medida, sinta quando é apenas para sentir. Ser feliz pode ser fácil, mas exige cuidado,

- Cuidado com quem?

Com você!

Precisamos Falar sobre Kevin - filme e livro - Blog e-Urbanidade

Os vários Kevins de
Precisamos Falar sobre Kevin
Quando foi lançado o filme Precisamos Falar sobre Kevin no Brasil e tendo no elenco a sempre competente Tilda Swinton não consegui ir. Mais uma falha na minha carreira falida de cinéfilo. Pois bem, há alguns meses chegou nas minhas mãos o livro homônimo do autor Lionel Shriver lançado em 2003 e que inspirou a montagem cinematográfica.

Fiquei impressionado com a qualidade literária de Lionel ao fazer toda a sua obra a partir de cartas de Eva (interpretado por Tilda no cinema) para o marido Franklin (John C. Reilly, no cinema). A impressionante busca da mulher em encontrar os motivos que fizeram seu filho a matar várias pessoas, fazendo uma clara analogia ao massacre de Columbine (e outros...), é construída a partir da relação mãe e filho e das culpas pessoais. Sim, um possível motivo!

Por outro lado, após a leitura fiquei pensando em como seria o roteiro cinematográfico sem perder as nuances psicológicas daquela mulher atormentada. Graças a Santa Netflix mergulhei nesta viagem, com uma apresentação estética centrada no (sangue) vermelho exposto e a todo momento manchando os caminhos da mulher-mãe. Muitas vezes incomoda estar na pele de Eva.

Tilda merecia concorrer ao Oscar, mas não chegou lá. Os críticos dizem que por causa do incômodo que tais histórias ainda causam na sociedade norte-americana. Mas, o filme (nem o livro) não pretende(m) ser conclusivo(s), até porque não exista mesmo algo a explicar.

Em minha opinião o filme aposta mais num complexo de Édipo de Kevin, o livro, por outro lado, na culpa de uma mãe por não ter desejado tanto aquela criança. Mesmo assim, as duas visões são contundentes, muito bem defendidas e vale cada página ou minuto.

O filme acerta em várias coisas, como já disse, na interpretação de Tilda e na de Ezra Miller, que faz um Kevin enigmático e cruel, mas humano. O roteiro é daqueles de poucas palavras, duro e seco, como merece o tema.

Então recomendo o livro,para quem assistiu o filme e vice-versa. Uma dos bons achados no mundo perdido do Netflix e das livrarias.


13 de setembro de 2015

Que Horas Ela Volta? - Blog e-Urbanidade

Poucos filmes terão mais significado diante da dualidade política e social que se instaurou no Brasil nos últimos tempos do que Que Horas Ela Volta?, estrelado pela a rainha da periferia Regina Casé e pela correta diretora Anna Muylaert que tem se mostrado uma boa realizadora nos seus últimos filmes.

O filme aposta em cenas de riso solto e nervoso que o público vai dando à medida que se apresenta Val (Casé) e sua filha Jéssica (Camila Márdila) na relação de poderes dura e silenciosa apresentada num Brasil que ainda existe, bastando entrar numa casa em qualquer bairro de classe média do Brasil.

A diretora Muylaert já tinha me encantado em alguns dos seus filmes, tais como, Durval Discos, É Proibido Fumar, sendo esse último estrelado por Glória Pires e que elogiei aqui no blog em 2010. Se repete uma história simples, focada numa dramaturgia do cotidiano, dando sinais de uma crônica social.

Apoiado em poucos símbolos que servem de âncora dramatúrgica para avançar na redenção de Val, o filme acerta no tempo, nos diálogos curtos e numa fotografia muito bem feita. Belo roteiro ao se mostrar tão claramente nas xícaras preto e branco e na entrada de Jéssica na piscina, tão bem finalizada na cena em que Val entra na mesma piscina, mostrando o início do resgate daquela mulher.

O casal classe média não chega muito a convencer na interpretação dos atores, mesmo estando em papéis tão importantes na trama. Já Camila é uma boa surpresa e Regina Casé não tem nada a ver com a Regina de todos os domingos, numa construção impar e que é possível reconhecer em várias Vals que já cruzamos pelo mundo. Casé está numa interpretação que vale cada prêmio que for conquistando por ai.

Não sei se Que Horas Ela Volta? chega a indicação ao Oscar, mesmo tendo sido escolhido, nesta última semana, a representar o Brasil na premiação norte-americana. Mas não deixa de ser uma nova visão daquela Dora que tanto deu voz àquele povo que não sabia escrever e que mesmo alfabetizado, hoje, ainda esbarra num país preconceituoso e cheio de dualidades ridículas.

Assistam!

Minha Opinião
:)