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24 de julho de 2015

Uhu, o fim de semana chegou! (Por que damos tanto valor a apenas dois dias?) - Crônica - Blog e-Urbanidade

Adoro sextas-feiras por motivos óbvios, mas meu tom, como sempre, tem um pouco de ironia, pois é o dia mundial das publicações nas redes sociais do bom humor, das mensagens bonitas, das clarices lispectors e do bola-pra-frente. Sexta-feira é aquela última gota de bom humor e "positividade" para terminar a semana, certo?

O ponto fraco disso tudo é que serão apenas dois dias de folga (claro, para aqueles que não trabalham sábado e/ou domingo), por isso me impressiona a forma como alguns de jogam neste mundão. Pare, não é para racionalizar! Afinal, se o negócio é curtir, ficar pensando muito pode atrapalhar. Mas, minha intenção é perceber como, de uma forma ou outra, acabamos tornando nossos dias tão enfadonhos e atribuímos tanto significado em apenas 48 horas.

Talvez precisemos gostar mais do que fazemos, mas isso não é tarefa fácil. Dia desses assisti uma entrevista com a Ivete Sangalo e ela dizia que se sentia agraciada em acordar todo dia, pois ganha seu dinheiro com o que gosta. Feliz ela, mas isso pode bater de forma bem desanimadora nos 99,9999% das pessoas que optam por isso ou aquilo por dinheiro e jogam nos dois dias do fim de semana a alegria de viver.

A verdade é que todo trabalho é enfadonho!

Sim, devemos procurar fazer aquilo que nos dá prazer, mas a rotina diária é cansativa e há dias que acordamos deprimidos, achando que erramos em tudo que escolhemos, queremos comprar uma prancha para surfar num lugar distante em que ninguém nos ache. (Se, como eu, você nem se imagina em cima de uma prancha se apegue a metáfora, mas acho a imagem bonita!) Talvez, o que a gente precise é saber valorizar a rotina, os dias cinzentos, o cansaço momentâneo ou o meio sorriso do colega de trabalho.

Lembro-me de algumas pessoas que se descabelam por qualquer bobagem. Um pneu furado pela manhã, uma fechada no trânsito ou uma resposta mal recebida são motivos suficiente para chorar e sofrer. Talvez o que a gente precise, de vez, é saber dar menos valor e importância para esses momentos ruins e cinzentos.

Por outro lado, também daremos menor uhu para o fim de semana que chega. Pois, não seremos felizes apenas por 48 horas. Porque, como já dizia Gonzaguinha, "somos nós que fazemos a vida, como der, puder ou quiser". Pense nesta ordem: 1) der; 2) puder; e 3) quiser.

Espero ver mais mensagens felizes e mais clarices durante a semana ou que paremos de nos esforçar tanto com palavras de efeito na rede social para parecer positivos, afinal equilíbrio (para os momentos felizes, rotineiros e tristes) é necessário e acontece é dentro da gente.

Bom fim de semana!

16 de julho de 2015

Grace e Frankie - Blog e-Urbanidade

Grace e Frankie
Existem receitas que inevitavelmente darão certo, correto? Nem sempre isso é verdade, basta observarmos a novela que está no ar, Babilônia. Introdução nada a ver, para falar da bem sucedida união das roteiristas Marta Kauffman  de Friends e Howard J. Morris  de Home Improvement e das duas atrizes Jane Fonda e Murphy Brown.

O seriado Grace e Frankie visto no Netflix voltará em 2016 em segunda temporada, unindo elenco afinado, diálogos inteligentes e afiados. O programa ainda recebe dois atores de peso: Sam Waterston e Martin Sheen.

A história diverte já na sinopse, pois trata-se de dois casais juntos há mais de quarenta anos e de repente os maridos assumem a sua relação homoafetiva de vinte anos. Assim, começam jantares e a preparação do casamento dos dois, enquanto as ex-esposas amargam a rejeição, com ótimos momentos.

O tom de comédia, às vezes, avança num tom melodramático, mas salvam os textos e a busca das mulheres setentonas pela reconstrução das suas próprias histórias fora do casamento fracassado. Fato que as criadoras tomam partido o tempo todo, diante das imagens de Fonda e Brown.

Sheen e Waterston também estrelam bons momentos com a sua história de amor insólita, mas verossímil e bonita. Não espere uma teledramaturgia previsível e esquemática.

Preparem-se, divirtam-se e vale o programa. Porém, é necessário ter Netflix.

2 de julho de 2015

A Lição - filme bulgáro - Blog e-Urbanidade

A Lição
Quem, de alguma forma, não sofreu com a burocracia estatal ou privada? A partir deste ponto, o filme búlgaro A Lição retrata a rotina de uma professora que procura, além de ensinar sua matéria, apresentar bons padrões éticos para seus alunos.

Lá pelas tantas a esposa descobre que o marido não quitou as prestações da casa e está a ponto de perdê-la, assim começa uma história envolvendo as contradições desta mulher e o mundo.

A película faz a construção de uma personagem complexa, muito bem defendida por Margita Gosheva, com uma proposta estética da dureza dos sistemas burocráticos e pessoais. Por isso, o filme não aposta numa sonoplastia com músicas, por exemplo, os créditos sobem com os passos duros da atriz nas ruas. Também não espere música pra fazer chorar, tornando-se um grande trunfo de A Lição.

Não dá para não lembrar daquele conto de Relatos Selvagem com Ricardo Darin e retrata a burocracia estatal  pois a professora Nadezhda também "se vinga" deste sistema de forma inesperada, nos levando à forra.

Recomendo, mesmo sendo apresentado em poucos cinemas, mas premiado em muitos festivais pelo mundo..