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25 de março de 2015

Livre - o filme - Blog e-Urbanidade

Livre com Reese Witherspoon
Existem algumas fases da vida em que a gente vai sendo levado pela enxurrada dos acontecimentos. Alguns até triviais demais, pois me impressiona a força dos problemas pequenos, do tipo "água mole pedra dura, tanto bate até que fura".

São acontecimentos assim que podem, por exemplo, destruir uma vida ou uma relação. Mas, o que importa é sair destes buracos que somos levados e nem percebemos diante da rotina. Com esse mote, o filme Livre com Reese Witherspoon, nos apresenta uma personagem que encontra em uma longa caminhada, de mais de 900km, a sua saída (ou expurgo).

De cara parece que o filme vai ser um tédio, mas não foi isso que aconteceu assim que as primeiras cenas apareceram. Os flash-backs vão nos ajudando a construir a história pregressa da heroína que vai se humanizando e deixando de ser tão forte como parece ser.

Cheryl não é uma moça ingênua, até mesmo por isso é capaz de se safar de algumas situações complicadas durante o trajeto. E carrega consigo o próprio inferno pessoal, movido pela doença terminal da sua mãe e das suas relações amorosas.

Lá pelas tantas, quando Cheryl chega no seu destino final, acontece a redenção daquela personagem humanizada e não mais a heroína da primeira cena (forte ao tirar uma unha quebrada do pé) desconstruída por um roteiro eficiente.

Todos nós temos um pouco de Cheryl e precisamos, de alguma forma, encontrarmos o nosso jeito de expurgar os erros ou de nos melhorar. Lá pela década de oitenta falávamos em "nos encontrar" e mesmo que isso não seja fácil, é necessário.

Tive muita vontade de encontrar uma longa caminhada para seguir, mas o grande trunfo de Livre é que não importa sair por ai, pois o inferno está dentro de nós. Aquela moça e todas as suas conturbadas relações estavam com ela, em qualquer lugar. O que nos torna realmente livres é a capacidade de olhar pra dentro de si, dar o tamanho certo para as coisas da vida (as boas e ruins). Ser feliz consigo mesmo, assumindo os defeitos e sendo capaz de se perdoar, se achou que errou aqui ou ali.

Espero que gostem do filme!

23 de março de 2015

A Hora Amarela - Teatro - Blog e-Urbanidade

Hora Amarela
Depois de uma temporada no Rio de Janeiro, está em São Paulo, no Teatro Sesc do Bom Retiro a montagem de A Hora Amarela, estrelada pela atriz Deborah Evelyn. O texto é do dramaturgo americano Adam Rap e conta a história de uma mulher escondida no porão do seu prédio em tempos de guerra em um mundo imaginário em Nova Iorque.

Passam por ela, Maude (Isabel Wilker), jovem viciada em drogas à procura de abrigo, o professor Hakim (Michel Bercovicth), que traz notícias do mundo externo e um fugitivo Sírio (Daniel Infantini) que não consegue se comunicar por não falar outra língua. E por fim, Douglas (Darlan Cunha) que é deixado dentro do esconderijo em troca de uma criança. Personagem fundamental para a conclusão da história.

Obviamente, como o espetáculo tem cenografia assinada por Daniela Thomas, o resultado não poderia ser melhor. Com personagens interpretando dentro de uma caixa, a sensação de claustrofobia é levada para quem assiste. E, como sempre digo, adoro espetáculos que dão "volume" a montagem por meio da iluminação e cenografia.

A direção Monique Gardenberg é bem presente, mas me incomodou um pouco a impostação dos atores.

A peça vale a pena pela montagem (tanto estética como nas interpretações) e pela reflexão a que nos leva sobre as atitudes extremas de sobrevivência e a busca pela humanidade, mesmo nesses momentos. A cena final é de muita sensibilidade e resolve bem o conflito apresentado. Até porque, talvez, o que é preciso, para sobre-viver é não nos deixar "endurecer" diante deste mundo.

Minha Opinião
:]

A Hora Amarela 
Até 29/03
Horários: sextas, às 20h, sábados, 19h e domingos, às 18h.
Sesc Bom Retiro
End.: Alameda Nothmann, 185 – Bom Retiro – Centro – São Paulo.
Preço: R$9 a R$30
Estacionamento próprio: R$4,00 e R$8,00.
Tel.: 3332-3600

17 de março de 2015

O Amor é Estranho - Blog e-Urbanidade

O Amor é Estranho - filme com
Alfred Molina e John Lithgow
O Amor é Estranho! Isto é verdade e é o título do filme que reúne dois grandes atores: Alfred Molina e John Lithgow. A história é de dois sujeitos que vivem juntos há quase quarenta anos e resolvem oficializar em um "casamento". Com isso, a escola católica, onde trabalha um deles, não aceita isso. Despedido, são obrigados a deixar a casa deles e vão morar de favor com amigos e parentes.

Assim, descortina uma relação de incômodo em alguns, principalmente na família estrelada por Marisa Tomei que protagoniza um lindo (e falso?) discurso na festa após o casamento. E ficamos com aquela pulga atrás da orelha: até que ponto as pessoas estão realmente prontas para apoiar os outros nos momentos difíceis.

O Amor é Estranho incomoda, mas tem uma estética charmosa, com muitas cenas sem falas (como eu gosto disso!), com fundo musical em piano. Vamos percebendo que o diretor faz disso a principal sinalização dos conflitos dos personagens e da tentativa de disfarçar a tristeza, impotência e dor diante da vida.

O fim é corajoso, principalmente na forma de ser apresentado. Os roteiristas não apostam no trivial, porém foca no sentimento e no fato de que o amor é realmente estranho!

5 de março de 2015

Meu Deus - montagem teatral reúne Irene Ravache e Dan Stulbach - Blog e-Urbanidade

Meu Deus com
Dan Stulbach e Irene Ravache
Meu Deus em cartaz no Teatro Tuca, em São Paulo, reúne dois atores (e personalidades) interessantes: Irene Ravache - um das damas do teatro brasileiro que eu não tinha a visto ainda nos palcos - e Dan Stulbach - ator-multimídia. A montagem também reúne, como diretor, o ator Elias Andreato que já comentei alguns dos seus trabalho por aqui (Equus como ator e Jocasta, diretor).

Meu Deus é puro teatrão, daqueles com cenário eficiente, palco grande, dois bons atores em cena, iluminação com poucos efeitos, quase desapercebida, limpa, valorizando a amplitude do tablado. Assim, o foco da montagem é o "jogo" cênico entre dois bons atores, em um texto regular, com tiradas cômicas e podendo levar para casa um boa reflexão.

Mas, não pense que tudo isso seja pesado. É leve! A história é assim, Ana, psicóloga e mãe de uma criança autista, recebe em seu consultório Deus. Ele está em crise com a humanidade e pensa até em se matar. A partir dai constrói-se um diálogo entre os personagens tendo como referência a visão bíblica com o crescente distanciamento de Deus no decorrer da história. Temas como a violência divina, certa infantilidade do Criador e sua incapacidade de se relacionar com sua própria criação são temas tratados. E me lembraram obras como O desparecimento de Deus (Richard Elliott Friedman) e os livros do excepcional Christopher Hitchens.

A dramaturga Anat Gov é israelense e faleceu em 2012, teve esse espetáculo montado em várias cidades pelo mundo.

Boa peça!

Minha Opinião 
:]

Até 29 de março
Teatro Tuca
Rua Monte Alegre, 1024 - Perdizes
São Paulo - SP
Tel.: (11) 3124 9600
Sexta e sábado, 21h30; domingo, 18h.
Bilheteria: 15h/20h (terça a quinta); a partir das 15h (sexta a domingo).
Sexta: R$ 60,00
Sábado e domingo: R$ 80,00

1 de março de 2015

Caros Ouvintes - a transição da rádio para a tevê em dias de didatura - Blog e-Urbanidade

Caros Ouvintes
Fui assistir a peça Caros Ouvintes, texto e direção de Otávio Martins, no teatro do Shopping Eldorado. Depois de algumas tentativas de vê-la no auditório do MASP na temporada passada, gostei do espetáculo que conta a história de uma rádio que apresenta o último capítulo da sua radionovela em meio a ditadura e prestes a ser institucionalizado o maligno AI-5.

A montagem vale a pena ser vista pela boa dramaturgia e pela construção história de época, presente nos diálogos e que marcaram a transição entre a rádio e televisão. Muito atual, por exemplo, para aqueles jovenzinhos que vemos na televisão pedindo pela volta da ditadura. Está aí um espetáculo necessário a esta moçada desinformada.

A direção de Caros Ouvintes é bem forte. Com marcações firmes e diálogos dirigidos cuidadosamente, em alguns momentos têm se a sensação que o elenco dança em cena. Sinceramente, penso que isto seja também um risco, pois senti alguns atores um pouco burocráticos demais na sessão que assisti. Tentar manter o frescor de cada apresentação é um desafio a todo ator!

O elenco é bem formado e preparado. Todos são uniformes na sua apresentação e caracterização. Esperava - uma opinião totalmente pessoal! - um pouco de música, com algumas canções que marcaram época, pois a interpretação de Amanda Acosta nos dá um gostinho de quero mais.

A cenografia reconstrói uma rádio, com boas cenas feitas dentro dos diferentes estúdios, dando agilidade ao espetáculo. As primeiras cenas são um pouco lentas, mas quando engrena é difícil não se envolver. A iluminação é correta com fechamento de planos em alguns momentos, dando foco em falas e situações. Para mim, em alguns momentos, antiquada tal utilização. (Outra questão pessoal!)

Recomendo o espetáculo e vale a pena levar a família. Com certeza, minha mãe iria adorar e ainda levantaria muitos acontecimentos daquela época que faz o espetáculo continuar após o fechar das cortinas.

Bom espetáculo!

Minha Opinião
:) 

Serviço:
Teatro das Artes (769 lugares)
Avenida Rebouças, 3970 – Shopping Eldorado – 3º Piso
Informações: 3034-0075
Bilheteria: terças e quartas das 14h às 20h; de quinta a domingo, das 14h até o início do espetáculo. Aceita cartão de débito e crédito.
Não aceita cheque.
Vendas: 4003.2330 –
www.ingresso.com
 Sextas às 21h30 | Sábados às 21h | Domingo às 20h
Ingressos: Sextas R$ 60 | Sábados R$ 70 | Domingo R$ 50
Duração: 90 minutos
Recomendação: 12 anos