CURTA NOSSA FAN PAGE

28 de maio de 2014

Quem tem Medo de Virgínia Woolf - carnificina verbal no palco - Blog e-Urbanidade

Ao pé da palavra do "se não sabe brincar, não desce para o playground", é assim que a gente fica quando apagam as luzes do espetáculo Quem tem Medo de Virgínia Woolf que está em cartaz no Teatro da Fecomércio aqui em São Paulo. Algumas pessoas não toparam o jogo, como propõe Jorge (Daniel Dantas) várias vezes no palco, pois levantaram antes do final das duas horas e vinte minutos, mas quem fica encontra um dos textos mais cruéis do teatro moderno, daqueles que ao rir, você se sente um pouco culpado se está sendo atroz demais.

Quem tem Medo de Virgínio Woolf
Difícil dizer se é comédia, drama ou tragédia, mas no palco está a história do casal Jorge e Marta (ótima Zezé Polessa), ele, professor universitário do Departamento de História, ela, filha do reitor, recebem um casal recém chegado à cidade. Assim, começam um jogo de espreme e puxa focado em palavras duras oriundas dos ressentimentos e das dores pessoais.

Zezé, em uma das suas entrevistas, acredita que seja uma história de amor, cruel, porém não deixa de ser a forma de se relacionar de duas pessoas que não encontram no toque e na proximidade a forma de se conectarem. Assim o cenógrafo nos propõe um cenário rotatório, afim de dar a impressão de que estejamos olhando pelo buraco da porta, na surdina, as loucuras dos dois casais em cena.

Tanto o casal principal como o coadjuvante, Erom Cordeiro e Ana Kutner, estão muito bem em cena. Obviamente, os melhores momentos estão nas mãos de Jorge e Marta, mas o segundo casal defende com mastreia seus personagens, principalmente Ana que dá um tom operístico a sua personagem, trazendo um pouco de alívio entre as flechas apontadas para lá e pra cá.

Texto duro e feito pra gente grande. Respeito quem saiu mais cedo que, infelizmente, escolhe ir ao teatro para assistir atores globais, com textos leves e sem profundidade. Recomendo muito, mas vá preparado para grande interpretações e uma dramaturgia inquietante.

Endereço 
R. Dr. Plínio Barreto, 285 Bela Vista
São Paulo - SP
Sexta 21h30 | Sábado 21h | Domingo 18h
25 de Abril a 27 de Junho de 2014
Ingressos: R$ 60,00 a R$ 90,00 (compreingresso.com)

Minha opinião
:)

22 de maio de 2014

Praia do Futuro - o filme duro de um herói partido - Blog e-Urbanidade

Filme Praia do Futuro
Fui assistir o tão amado, por alguns, e odiado, por outros, Praia do Futuro, filme do diretor Karim Aïnouz que assinou O Abismo Prateado,  O Céu de Suely e Viajo Porque Preciso, Volto Porque Te Amo. Ainda no elenco, Wagner Moura, ator de ótimas interpretações na tevê e no cinema, e Jesuíta Barbosa, uma ator que vem chamando a atenção no que tem feito.

As opiniões distintas sobre o filme se devem a linguagem quase seca, sem lirismo, ao contar a história de um salva-vidas que não consegue salvar um turista do afogamento. Perplexo, perdendo para si o papel de herói, acompanha o namorado da vítima ao seu país natal, a Alemanha, distanciando-se da família no Brasil.

Por isso, nada de músicas emocionantes e discussões emocionadas, muito silêncio. Um roteiro totalmente criado nas ações dos personagens. Os cortes criam fases na história, deixando muita coisa no ar que vai se enquadrando ou deixando para o público fazer suas próprias construções. Tecnicamente, a fotografia e som são bem acertados.

O filme retrata um super-herói que se humaniza, se descobre cheio de medos e falível. Alguns dizem que o filme tem elementos de O Segredo de Brokebreak Mountain, por mostrar um personagem distanciando-se de todos para se encontrar ou buscar sua própria felicidade. Tem seu fundamento, mas o foco de Praia do Futuro é o de explicar o amor entre irmãos, a partir da redenção de dois caras, percebendo-se que ninguém, na verdade, é herói.



Ao olhar o roteiro, Karin e Felipe Bragança alinhavam tudo sem falas, apenas com comportamento. Por exemplo, nenhum "eu te amo" é dito pelo casal, tudo é comportamental. Muitas cenas são longas - até cansativas. Um crítico disse que no filme não se faz amor, trepa, não se discute, briga... e isso é verdade! Por isso, uma amiga me falou que não foi "pega" pela emoção. E é pura verdade. Também o diretor não tinha essa pretensão, mesmo sendo capaz, como em Céu de Suely.

Fique de olho em duas cenas. Primeiro, a sequência em que Donato está indo para o aeroporto e decide ficar na Alemanha: sem falas e quem explica tudo é o som automático do trem; e a célebre cena de briga no reencontro dos dois irmãos. Forte e impactante.

Adjetivando, e sendo pessoal, é dos filmes mais geniais que já vi. Mas, não espere ser pego pelo sentimento, ninguém está preocupado com isso. É um filme construído independente de quem assiste, mas com uma bela mensagem, afinal nos construir e desconstruir são tarefas duras, secas e difíceis, mas nunca devemos nos distanciar de nós mesmos, de quem nos ama e dos nossos sentimentos.

Não posso deixar de agradecer alguns amigos que me ajudaram a construir esta sinopse: Franzé (adorei nossa conversa filosófica na saída do cinema kkkkk) e o grupo CE p/ matar as SAUDADES. 

15 de maio de 2014

O Segredo do Meu Marido - Blog e-Urbanidade

O Segredo do Meu Marido
Apesar de evitar a compra de livros físicos, continuo visitando as livrarias periodicamente. Nessas visitas normalmente decido sobre os volumes que irei comprar futuramente e ao visitar uma destas megastore, na lista dos mais vendidos, estava O Segredo do Meu Marido. Gostei do resumo e também de algumas poucas resenhas postadas na internet. Arrisquei.

A autora conta a história a partir de três núcleos distintos, tendo como mola propulsora uma carta encontrada por Cecília, nela escrita: apenas abra quando eu morrer. Obviamente, depois de algumas boas páginas, ela abre e, não tem mais jeito, você não consegue mais soltar o livro. Antes, querendo saber o segredo, depois, como a protagonista se virará com tudo aquilo.

Fiquei com a sensação de que se tratava de um livro de chick lit, gênero que já gostei muito. Mas, O Segredo do Meu Marido vai muito além de um bom livro para mulheres. Tudo bem que algumas elucubrações dos personagens não chegam a empolgar, até porque a autora Liane Moriarty foca na ação e nas reviravoltas.

A escritora australiana escreveu outros livros e recomendo O Segredo a quem gosta de boas histórias e bons dramas. Embarquei sem muitas expectativas, talvez isso tenha me ajudado a gostar mais do volume, mesmo concordando que a autora tem uma boa mão para segurar e soltar sua narrativa, com bons ganchos e personagens. Em alguns momentos fiquei na dúvida se não se tratava de um thriller psicológico, claro!, nada comparado a um bom Sidney Sheldon (nos seus primeiros livros), mas bem melhor do que os cada vez mais rasos lançamentos de Marian Keys, qual fui fã e já escrevi várias resenhas elogiando (aliás, no seu último livro, não consegui nem concluir as poucas páginas da "degustação" que Amazon libera para seus leitores).

Depois de se envolver com os seus personagens e história, a autora consegue muito bem amarrar tudo nas últimas páginas, deixando claro seu argumento. Isso torna o livro muito mais prazeroso, mais ou menos como terminar uma boa sobremesa com a parte mais gostosa ao final.

Recomendo!

O Segredo do Meu Marido
Liane Moriarty
Editora Intrinseca
368 páginas.


7 de maio de 2014

Yves Saint Laurent - o filme - Blog e-Urbanidade


Yves Saint Laurent
O filme Yves Saint Laurent é uma cinebiografia como tantas outras, ou seja, focada na história do costureiro, tendo como viés a relação amorosa com seu parceiro-sócio-empresário. De modo geral, trata-se de uma boa produção, um roteiro trivial - pelo motivo citado -, com boas interpretações e outros quesitos técnicos bem defendidos.

Mesmo assim, Yves é uma produção imperdível para quem curte o mundo das artes e da moda. Questões artísticas - por exemplo, a alta costura trata-se de uma arte ou não? - e os vários desfiles com as obras do costureiro valem o ingresso. Conhecer a sua forma de criação e como, passo a passo, foi criando seu estilo é muito bem contado pelos roteiristas e direção.

Na minha opinião, a sua história com Pierre Bergé, que é muito bem interpretado Guillaume Gallienne, ator que comentei há algumas semanas aqui, não chega a empolgar. Sinceramente, fiquei com a sensação de que os roteiristas ficaram muito no senso comum do convívio deles, achando que as cenas com drogas e de relação aberta poderiam, de alguma forma, chocar ou envolver o público. Esperava mais.

O filme tem uma plasticidade acertada com a boa interpretação dos atores principais (incluindo Pierre Niney no personagem-título), incluindo cenários, fotografia e sonoplastia. Aliás, esse último item merece todos os elogios. Fiquem de olho na bela construção estética e visual proporcionada no último desfile do filme.

Yves é obrigatório para o pessoal da moda. Fato! Recomendo para todos que gostam de um bom cinema francês, feito de forma correta, sem muitos alardes e perigos; principalmente, para quem curte pensar suas relações; e gostaria de conhecer um pouco mais sobre uma grande personalidade da nossa contemporaneidade.

Minha Opinião
: )

5 de maio de 2014

Fresh Cake Factory no Bom Retiro - Blog e-Urbanidade


Sabe uma daquelas felizes coincidências? Então, dia destes queria comer um bom doce e fui tentar um endereço no Bom Retiro. Estava fechado, mas resolvi buscar no Foursquare o que tinha por perto e apareceu o Fresh Cake Factory. E estava aberto!

Já tinha lido sobre o lugar e assim que vi as várias placas de premiação nas paredes, percebi que ia me dar bem. O lugar no Bom Retiro fica no centro geográfico dos chineses na capital paulista, por isso existe um cardápio até em chinês na parede. A casa é super charmosa, com lugares confortáveis e muita coisa gostosa exposta.

 Pedi uma fatia da torta de fruta e outra de chá verde. Gostei muito da primeira e fui conquistado pelos olhos pela segunda. Confesso que recomendo a de frutas, apesar de não ser o saber preferido de 9 entre cada 10 brasileiros. Experimentei a de chocolate na mesa e gostei (mas, não sou fã de chocolate, acredite!, então não sou bom para dar opinião)

Recomendo o local para tomar um café, encontrar amigos, sentar para bater um papo e degustar as várias guloseimas que têm por lá, que vai de bebidas (cafés, sodas e drinks diversos) até pães diferentes. Ao ficar sentado lá, por meia hora, muita gente entrou pedindo o donuts, para comer na hora e levar para casa. Já pus na minha lista de próximos pedidos.



Também coloquei na lista dos próximos pedidos a tal torta de batata doce. Nunca tinha visto, mas quero testar! E também levar algum dos bonitos pães para casa.

Então, não deixe de conferir o local. E bom café!

 Serviço: 
RUA PRATES, 585, BOM RETIRO – SP
TEL: 3311-6362

2 de maio de 2014

Lançamento do livro Urânios em São Paulo - Blog e-Urbanidade


Publicado pela Editora Metanoia, o mais novo livro do escritor e mestre em literatura Roberto Muniz Dias, Urânios, será lançado, hoje, 02/05/14 aqui em São Paulo. O evento acontecerá na Livraria Blooks, no Shopping Frei Caneca a partir das 19:30h.

A obra tematiza o poliamor sob o ponto de vista de um homem que relata suas memórias de um amor nada convencional. Entre o presente e o passado, um quadro de um galo colorido o remete sempre a esta paixão inusitada. O amor entre esses três homens se intensifica à medida que não descobrem o quê fazer com ele. No final, as identidades são esfaceladas pela lembrança, pelos medos, ciúmes e a morte das coisas vivas.

A ideia do livro surgiu sobre a questão do poliamor; das diferenças entre atitudes num relacionamento; um questionamento sobre o que é o amor, se poderia ser fragmentado ou deveria ser inteiro? Uma divagação, em primeira pessoa, de como um indivíduo lidava com a ideia de dividir o objeto de desejo; como seria um contato que quebrasse todas as opiniões internas sobre o amor romântico ou burguês. Essa pessoa se pergunta, dentro de uma estória não linear, entre o passado e o presente, nas lembranças e experiências de um amor nada convencional, como a mudança pode ser libertadora e, ao mesmo tempo um claustro. Em resumo, uma estória sobre desconstruir-se como indivíduo, reinventar-se e depois perder-se.