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22 de novembro de 2012

Os Enamoramentos - Blog e-Urbanidade

Livro Os Enamoramentos
Qual é o estado de enamoramento? Tem algo a ver com namorar? É próximo de apaixonar? Sim, foram essas e muitas outras perguntas que fiz ao concluir a Os Enamoramentos do autor espanhol Javier Marías.

Javier nos leva ao mundo e diretamente pelo olhar de Maria, uma moça solitária que trabalha numa editora, a observar um casal que se encontra diariamente em um café frente ao seu trabalho. Observá-los torna uma obsessão, o que poderia ser desinteressante, a prende, segura e “disso provimos todos, produtos da casualidade e do conformismo, dos descartes e das timidezes e dos fracassos alheios, e mesmo assim daríamos qualquer coisas às vezes para continuar junto de quem resgatamos um dia de um sótão ou de um leilão, ou triamos à sorte nas cartas ou nos recolheu dos detritos, inverossimilmente conseguimos nos convencer dos nosso furtuitos enamoramentos, e são muitos os que creem ver a mão do destino no que não é mais de uma rifa de vilarejo quando o verão já agoniza...”(pag. 126)

Um pouco pessimista, mas talvez este olhar meio desatento é que faz nascer as paixões e acredito que seja esta a aposta de Javier ao escrever este romance muito interessante, às vezes, bem difícil de ler, por causa das inúmeras divagações da personagem principal, mas no fim, nos apresenta , meio de relance, como deve ser todo enamoramento.

Escrito em primeiro pessoa, algumas pessoas defendem que o autor poderia resumir um pouco mais a história, o que discordo. Falo isso, “dessas pessoas”, porque cheguei ao autor graças ao Círculo de Leitura da Cia das Letras que acontece aqui no Conjunto Nacional e falaram isso lá. O que me impressionou, aqui como pretenso escritor, é como em poucas ações esta obra foi construída e tantas subjetividades reveladas. E digo até, boas e poucas reflexões sobre amor, enamoramentos, morte, a temporalidade e a rapidez de nossa existência. O que torna um pouco cansativo, é que o autor, por muitos parágrafos e até páginas, se dedica a escrever sobre o que a personagem acha que os outros poderiam estar falando ou pensando sobre algo, nascendo assim uma verdade: nosso mundo é construído mesmo dentro da nossa subjetividade.

Recomendo a leitura, gostei muito, mesmo amargando em algumas páginas e querendo pular alguns capítulos. Bobagem, pois como disse, não acontece muita coisa, mas fazendo isso pode-se perder toda a construção lógica e literária do autor sobre este estado estranho de se enamorar por alguém. Portanto, compre, leia com calma e tente responder aquelas perguntas lá em cima ou outras, afinal para que serve prestarmos tanto atenção no mundo dos outros, como fazia Maria?


Os Enamoramentos
Companhia das Letras 
Páginas. 344
Algumas citações:
Mais de 200 mil exemplares vendidos na Espanha, Alemanha e Holanda.
Prêmio Europeu de Literatura em 2011
“Melhor livro de 2011.” - Babelia
“O melhor Marías.” - El País
“Seu romance Os enamoramentos mostra de novo - Javier Marías é um dos Grandes. É de se desejar que o romance tenha um grande público: há tanto para aprender com Marías, pois ninguém conhece a humanidade como ele.” - Die Zeit


21 de novembro de 2012

Cine MuBE no Tela em Movimento - Blog e-Urbanidade


Na segunda edição do Tela em Movimento, que acontece dia 24/11 às 18h30 na Academia Internacional de Cinema, recebem três curta-metragem que participaram do Cine MuBE Vitrine Independente, bem como os seus realizadores para um Debate-Papo com a mediação do curador Christian Petermann.

Serão exibidos os filmes “Eu Não Quero Voltar Sozinho”, com a presença do diretor e roteirista Daniel Ribeiro, “Julie, Agosto e Setembro” (Roteiro e Direção por Jarleo Barbosa) com a presença do Diretor de Arte, Benedito Ferreira e “A Noite dos Palhaços Mudos”, com a presença do diretor Juliano Luccas.

Mais informações e inscrições, clique aqui.

Cine MuBE no Tela em Movimento
24 de novembro, às 18h30.
Na Academia Internacional de Cinema Gratuito.
Aberto ao público.
Vagas limitadas.

19 de novembro de 2012

Hamlet com Thiago Lacerda - Blog e-Urbanidade

Hamlet com Thiago Lacerda
Foto: Folha de São Paulo
Silvia Zamboni/Folhapress

Ver e rever os clássicos do teatro muitas vezes pode ser gratificante, como é o caso da montagem que vi, aqui na sala Tuca, o Hamlet com Thiago Lacerda. Sem dúvida, a primeira expectativa era saber como que o ator global iria se sair num dos personagens mais inquietantes e cheio de controvérsias do teatro mundial. E, posso dizer, antecipadamente, que o rapaz dá conta do recado, mesmo que não faça uma apresentação muito regular, mas diante de quase três horas de espetáculo, o resultado é bem satisfatório.

A concepção e montagem é do diretor Ron Daniels que faz algumas mudanças em algumas cenas e inova na releitura de alguns personagens, como Polônio e o Primeiro Coveiro, interpretados por Roney Facchini, que consegue, de forma extraordinária, trazer comédia ao texto existencial de Shakespeare. Roney funciona como um pícaro e alivia a tensão da narrativa.

A apresentação tem muitos pontos positivos, elenco bem dirigido, boas adaptações do texto original e excelentes cenografia, iluminação, figurino e trilha sonora. Tudo feito com muito cuidado e bem pensado, com toques de sensualidade.

Thiago Lacerda, como disse acima, faz um Hamlet convencível. Quem não convence muito é a atriz que interpreta Ofélia. Também achei muito empostadas as falas de Cláudio, quase só recita o texto. Obviamente, ao interpretar um rei, o ator Eduardo deveria dar um tom mais próximo disso mesmo, mas fica muito aquém de um personagem verossímil. Selma Egrei, na pele de Gertrudes, convence, mas confesso que fiquei um pouco decepcionado com aquela cena, no segundo ato, em que Hamlet e Gertrudes se falam e ele tenta enforca-la. Sinceramente, em alguns momentos senti falta de um mergulho mais profundo dos atores ao universo apresentado.

Shakespeare sempre vale a pena ser visto, por ser uma dramaturgo que acredita no poder das palavras. É por meio delas que reis caem, príncipes se vingam e amores se desfazem. Por isso, rever uma apresentação do autor inglês é sempre muito bom, principalmente sendo o mote de Hamlet a vingança do filho que tem o pai assassinado pelo tio. Vale a pena assistir, pela qualidade da montagem, por causa de algumas interpretações e para ouvir Shakespeare.

Minha opinião 
:]


Serviço:
Direção: Ron Daniels
Com: Thiago Lacerda, Antônio Petrin, Rafael Losso e outros
Duração: 150 minutos
Classificação: Não recomendado para menores de 14 anos
Texto: William Shakespeare
Tradução: Marcos Daud e Ron Daniels
Tuca - Auditório principal
R. Monte Alegre, 1.024 - Perdizes - Oeste.
Telefone: 3670-8455.
Ingresso: R$ 40 (sex.), R$ 50 (dom.) e R$ 60 (sáb.).
Não tem área para fumantes. Não aceita cheques. Não aceita reservas.
Tem ar-condicionado.
Vende ingresso pelo telefone.
Tem acesso para deficiente.
Tem local para comer.
672 lugares.
Estac. (R$ 15 - convênio) e valet (R$ 20 - sáb. e dom.).
Quando sexta e sábado: 21h. domingo: 19h.
Até 03/02/2013.

16 de novembro de 2012

Ser simples é melhor! - Crônica - Blog e-Urbanidade

Fui para o Rio de Janeiro dia destes. Calor insuportável, praia sempre cheia e o carioca se achando o ser humano mais esperto da face da Terra, portanto nada mudou na Cidade Maravilhosa. Aliás, a galera do Rio é, quando você acaba de estacionar numa vaga, capaz de bater no seu vidro e dizer que, na verdade, aquela vaga era dele, pois a viu a quilômetros de distância. E acha que você deva sair dela.

Tirando as especulações sobre o comportando dos cariocas a parte, fui para o Rio de Janeiro no intuito de mostrar as coisas boas da cidade e, entre elas, marquei de ir a um restaurante que gostava muito, da época que morei por lá. Não vou dizer o nome, mas fica ali em Ipanema. Fui para impressionar, principalmente, sobre meu bom gosto.

Chegando lá, claro!, fila de espera. Para quem mora em São Paulo isso é trivial. Peguei o cardápio para pedir uma bebida simples e era tanta água aromatiza que não esqueço de uma tal água de coco com limão siciliano. Ave Minha Nossa Senhora, para que tanta frescura! Pedi uma cerveja simples, até que nos chamaram para a mesa. Sentei a menos de vinte centímetros de duas mesas adjacentes. Logo, eu era ouvido e ouvia tudo que falavam nas mesas ao lado. Não dava nem para dizer um poema de amor ou, quem sabe, fazer uma DR, se necessário fosse. Privacidade, zero!

Pedi meu prato, ansioso. Tinha alguns camarões, mas se eu contasse, com certeza, não usaria todos os dedos das mãos. Comi, pedi o café e paguei. Caro! Fui embora, meio decepcionado com tudo. Será que num restaurante tão caro, eu não merecia um pouco mais de privacidade?

No dia seguinte me planejei para ir conhecer o Mercado São Pedro em Niterói. Dei uma volta nas peixarias e topei a proposta: escolher e comprar um quilo de camarão fresco e prepara-lo nos restaurantes no andar de cima. Para dar uma reforçada, pedi um peixe. Em menos de trinta minutos eu tinha uma porção de camarão aceitável (ou melhor, muito mais que aceitável) e peixe suficiente para alimentar um batalhão.

Comi sem tristeza (reconheço, mas com um pouquinho de culpa). Todos os clientes faziam a mesma coisa. Não existia dieta. Ninguém ouvia minha conversa e se prestasse atenção na outra mesa, com certeza, a pessoa tratava de me incluir. Não havia mesa para dois, três ou dez. Se duas pessoas eram os próximos e houvesse uma de 5 lugares, não fazia mal. Ninguém tirava foto do prato para colocar no Instagram ou no Facebook. Aliás, não estavam preocupados com internet ou redes sociais, afinal estava todo mundo que interessava ali. De repente, me senti descolado do mundo atual e percebi, felizmente, que existem pessoas felizes sem todos os artifícios que criamos para viver hoje em dia.

As pessoas se vestiam com simplicidade. Uma bermuta, camiseta sem marca estampada e um chinelo de dedo. As bolsas não eram do Michael Kors. Os garçons estavam felizes por você estar ali e tentavam fazer com que não se arrependesse de nada. Na espera havia cerveja de garrafa, bastava anotar na comanda. Se preciso fosse, limpava as pontas dos dedos e comia o camarão ou peixe sem garfo e faca mesmo.

Depois de perceber que parecia um retirante há dias sem comer, pedi desculpas ao garçom e ri de mim mesmo. Ele apenas sorriu, achando-me um tolo, penso eu. E quando trouxe a conta, gastei um terço do valor do jantar da noite anterior. Comi à vontade e me senti incluído.E quando saí, a mesa estava limpa e pronto para os próximos felizardos.

Pensei: sem dúvida, ser simples é a melhor coisa do mundo!

15 de novembro de 2012

Once Upon a Time - Blog e-Urbanidade

Série Once Upon a Time

É verdade que os americanos sabem, como ninguém, inventar boas histórias para criar seus programas de tevês. Há muito tempo as simples comédias de situações deixaram de ser as fontes inspiradoras para os seriados, tais como Seinfeld, Friends e Will e Grace, líderes de audiência dos anos 90. As novas produções apostam em vampiros, casos policiais, relações familiares e, agora, os contos de fadas.

A série Once Upon a Time parte do pressuposto de que a Rainha Má, aquela que deu a maçã para a Branca de Neve, ao ver seu mundo cair com o despertar da princesa e o casamento dos mocinhos, decide lançar mão de uma maldição: trazer todos os personagens dos contos de fadas para um mundo sem final feliz, ou seja, o nosso mundo “real.

Então, aportam numa cidade americana todos os personagens dos contos de fadas e que fazem parte da fantasia universal. Ah, já ia esquecendo de dizer, existe uma pessoa que pode acabar com esta maldição, a filha de Branca de Neve (Ema) que foi transportada para nosso mundo antes que a maldição chegasse a ela.

Assim, vou listar algumas coisas que gostei ou não no programa.

Pontos positivos:

- A originalidade da história e a amarração dos contos de fadas são espetaculares, ou seja, Branca de Neve, Bela Adormecida, Pinóquio, Chapeuzinho Vermelho etc e tal, todos eles, se cruzam em histórias comuns. Roteiristas muito criativos!
- A produção do mundo da fantasia é semelhante a filmes caríssimos, apesar de, em muitos momentos, o chroma key estar muito evidente.
- Assistir aos seriado não deixa de ser um “revisitar” às nossas fantasias e histórias ouvidas na infância, mesmo possuir algumas adaptações e o programa inovar em finais e percursos.
- Foge daquela construção clássica das histórias: mocinhos como exemplos e vilões sempre errados. Aliás, desde que Carminha de Avenida Brasil se salvou, percebo isso cada vez mais frequente nas histórias. Assim, em Once, a Rainha Má nem sempre é uma pessoa tão perversa e a(s) mocinha(s) e o(s) mocinho(s) são de dar nos nervos e, nem sempre, não questionáveis. Definitivamente, está na moda a redenção dos vilões.

Pontos negativos:
- Como em muitos filmes americanos e lembro me agora daquela série Heroes, de alguns anos atrás, demora-se demais para entrar na história, se afundando horas e episódios em apenas crises existências e chatas dos protagonistas. Sinceramente, continuo achando a personagem principal, Jennifer Morrison (Ema), uma chata de galocha. Esta mais para anti-herói.
- Os três primeiros episódios são de desanimar qualquer cristão de continuar na sua peleja. Mas, se passar ileso por lá, é possível ser fisgado pela história, que parece mesmo emplacar na segunda temporada.

Recomendo pegar numa locadora ou usar de artifícios nada louváveis para assistir o seriado, mas vale a pena. Não chega a ser um daqueles programas imperdíveis, mas pode ser uma boa diversão, por exemplo, para um feriadão como o que iniciamos hoje.

8 de novembro de 2012

BRASÍLIA, UM PLANO SEM PILOTO - Blog e-Urbanidade



Para quem não sabe, Brasília além de ser celeiro de bandas de rock, tem fomentado a criação de grupos de teatro de comédia, por exemplo, Os Melhores do Mundo e G7 que tiveram sua origem por lá e hoje têm sucesso nacional. E um novo grupo, Os Filhos da Peça, apresenta Brasília, um Plano sem Piloto, montagem que foge do tema político e mostra personalidades e perfis típicos que caracterizam a capital, sejam eles do Plano Piloto ou das diversas cidades satélites que gravitam ao redor do “avião”.

Com esquetes diversificadas, música ao vivo e participação da plateia, a peça traz uma visão sarcástica da criação de Brasília e aborda temas que vão desde o sonho de Dom Bosco até situações atuais do cotidiano da maioria dos brasilienses. Sempre com um tom crítico e, é claro, muito bem humorado, o espetáculo busca quebrar o estigma de que em Brasília só tem corrupção. Não é verdade! Brasília também tem outros problemas... E muitas qualidades também.

A peça marca a estreia do novo grupo de comédia do Distrito Federal, Os Filhos da Peça, que escolheu o tema para homenagear a cidade que lhes pariu. Os integrantes se conheceram em 2011 durante um Curso de Teatro do G7 e convidaram o diretor e ator do grupo, Rodolfo Cordón, para dirigir a nova trupe. "É um prazer e uma honra fazer parte dessa nova geração do humor de Brasília. Tenho certeza que os brasilienses vão se surpreender o nosso trabalho", ressalta Cordón.

Um espetáculo feito por candangos, para candangos e graças aos candangos que, muito tempo atrás, construíram a capital do país. Mostrar os lados positivos da cidade, muitas vezes esquecidos pela mídia e até mesmo pelos próprios moradores da cidade, é a missão desse espetáculo que faz uma viagem completamente inusitada com destino a Brasília.

Façam o check-in, apertem os cintos e embarquem nessa comédia com garantia de muitas gargalhadas!

Serviço: 
Brasília, um Plano sem Piloto
Dias: 15, 16, 17, 18, 23, 24 e 25 de novembro.
Quinta, sextas e sábados - 21 horas
Domingos - 20 horas
Local: Sala Loiola, Centro Cultural Brasília (CCB), 601 norte – ao lado do SERPRO
Ingressos: R$ 20 a meia (Pagam meia entrada portadores de deficiência, estudantes, doadores de 1kg de alimento e maiores de 65 anos).
Antecipados no Subway da 209 Norte
Mais informações: www.facebook.com/osfilhosdapeca
(61) 8405-2105