CURTA NOSSA FAN PAGE

28 de janeiro de 2012

O tocante Histórias Cruzadas - Blog e-Urbanidade

Histórias Cruzadas


Histórias Cruzadas é um daqueles filmes que há muito tempo não tínhamos no cinema. Boa história, ótimas atrizes, interpretações impecáveis, texto cheio de mensagens positivas e como pano de fundo – ou plot – a redenção. E, por isso, concorre a três Oscar em 2012, melhor filme, atriz (Viola Davis) e atriz coadjuvante (Octavia Spencer – que já levou o Globo de Ouro).

A película conta a história das empregadas domésticas dos Estados Unidos nos anos sessenta, no estado do Mississipi. Essas mulheres negras cuidavam das famílias brancas e são abandonadas quando ficam velhas e sem utilidade. O filme traz questões dos direitos civis daquela época, tais como, o uso de banheiros, transporte público e direito de expressão.

É baseado em um fenomenal romance best-seller do New York Times de Kathryn Stockett. Com três milhões de cópias impressas, The Help permaneceu na lista de best-sellers do NYT por 103 semanas, seis das quais ocupando o primeiro lugar. Dizem que o filme lembra um pouco o maravilhoso Cor Púrpura, concordo em partes. A Cor conta também a história de negros, mas Histórias Cruzadas é mais ameno e romântico. Apostaria dizer que o filme é uma mistura de Tomates Verdes Fritos, com foco em histórias e elenco totalmente feminino, e a Cor Púrpura.concordo em partes. A Cor conta também a história de negros, mas Histórias Cruzadas é mais ameno e romântico. Apostaria dizer que o filme é uma mistura de Tomates Verdes Fritos, com foco em histórias e elenco totalmente feminino, e a Cor Púrpura.

Octavia Speencer e Viola Davis


As interpretações são maravilhosas. Viola e Octavia seguram o filme com uma competência impressionante e nos faz chorar e rir no momento certo.  Mas não deixem de ficar atentos a duas grandes interpretações do filme: a vilã trágica e engraçada (ao estilo Nazaré Tedesco) Bryce Dallas Howard e a mãe doente Allison Janney. Diante das concorrentes de Viola ao Oscar 2012, penso que apesar do seu excelente trabalho, não leva. Apostaria em Meryl Streep ou Michelle Willians, em sua belíssima interpretação como Marilyn Monroe.


Sem dúvida, a história deixa claro que os grandes momentos de violência e preconceito estão ligados a dois aspectos básicos: ao julgamento moral e a responsabilização do outro. Sendo assim, mistura-se preconceito com religião, saúde pública e diferenças sociais.

O filme tem previsão de estreiar em 03 de fevereiro, mas assisti em uma das várias sessões de pré-estreia previstas aqui em São Paulo. É necessário ver, levar os lenços e se emocionar com um dos melhores filmes dos últimos tempos.

Minha opinião
: D

12 de janeiro de 2012

As Esganadas decepciona - Blog e-Urbanidade

As Esganadas de Jô Soares
Jô Soares é um sujeito das mídias e dos entrevistadores mais lembrados do país, mesmo que muitas vezes a gente nem ache ele o melhor deles. Também é escritor, um pouco bissexto, mas está ai com o seu último livro, As Esganadas, lançados no final de 2011. O livro arrebentou nas listas dos mais vendidos, também pudera, o sujeito está todo dia nas telinhas da maior emissora do Brasil.

Muito bem, mas sinto muito dizer, As Esganadas em nada me impressionou. Tudo bem que o autor faz aquela coisa de sempre, misturar fatos fictícios com reais. Isso dá boas sacadas, mas desde a sua estreia em O Xangô de Baker Street digo, com toda certeza, nenhum dos livros subsequentes chega a empolgar.

As Esganadas conta a história de algumas moças e senhoras acima do peso que são assassinadas por um sujeito estranho e de forma engenhosa. Ela são mortas exatamente pela boca. As mortes acontecem no Rio de Janeiro e impressiona a todos, desde a imprensa a própria polícia. E ai, o que deveria ser um bom suspense-cômico, não passa de desculpa para Jô Soares mostrar que fez uma boa pesquisa do momento histórico do qual o pano de fundo não é esse último e sim o próprio caso das esganadas.

Obviamente não faltam boas tiradas e a gente dá umas risadinhas aqui e ali, mas confesso que em vários momentos me senti cansado pela quantidade de detalhes. E muitas vezes sem propósito. Eu penso assim, um autor, a partir do que quer contar, vai criando cenas para esclarecer e deixar determinados fatos evidentes. Ou seja, cada narrativa deve nos apontar para o esclarecimento do mistério. E infelizmente isso não parece ser muito levado em conta.

Não penso que seja uma leitura ruim, principalmente para quem quer conhecer um pouco mais do Brasil daquela época, do Rio de Janeiro como capital federal. Mas a resolução do caso em si é tão pouco valorizado pelo autor, que a gente fica com a impressão que a história das esganadas não passa apenas de um fato menor em todo o contexto apresentado. Faltou um pouco mais de fôlego para encerrar a história. O final é tão decepcionante que me deu uma certeza: Jô Soares não me enganara mais.