Não é um lançamento, aliás causou polêmica antes mesmo de ir aos cinemas, graças ao trailer apresentados no YouTube. Eu mesmo postei aqui. Assim como os filmes que andei comentando nessa e na semana passada, também não sei porquê na época não consegui ver. E agora, aqui no meu iPad, enquanto esperava o voo para as minhas férias, assisti Do Começo ao Fim.
Vamos lá, com calma. O filme tem vários pontos positivos: fotografia impecável, uma limpeza rara no cinema nacional; depois, o que nos aproxima de tal narrativa contundentr é a trilha sonora. É extremamente comovente.
A narrativa é perturbadora, ou seja, dois meio-irmãos que são extremamente próximos e tal proximidade causa uma certa estranheza ao pai do mais velho e da mãe dos dois. Mesmo que não seja um incômodo que os leva a distanciá-los, após a morte deles é que sao abertas as comportas desse amor-tabu.
Numa cena comovente, quando ainda estamos chorando pela morte da mãe dos dois, eles engrenam e dai você fica mudo e calado. Impactado! Não dá para falar nada, aliás nem eles são capazes de expressar de forma realista o que sentem. O que é interessante que tanto a mãe como o pai do filho mais novo, interpretado por Fábio Assunção, abrem as portas, e os ouvidos, para quando quiserem falar. Eles não sao capazes de dizer nada. E muito menos nós que estamos de cá.
A mensagem do diretor é certa e por isso o filme seja tão bacana: amor não se explica, não dá para dizer isso ou aquilo. E quando os créditos aparecem fica-se mudo, sem capacidade de dizer nada. Abranches não tem meia palavras para deixar sua mensagem.
Meus leitores, portanto, não serei eu que direi algo. Experimente-se, essa é a função das artes, como disse no início. Se não viu, vá atrás e se jogue nesse mar de sensações desafiadoras.
E antes de concluir, é difícil dizer quem não dá um show de interpretação, desde as crianças a Louise Cardoso. Mas, destaco Júlia Lemertez, que tem uma capacidade impressionante para tais tipos de personagens, e Assunção que está na medida.
Bom filme!