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31 de dezembro de 2009

Sempre ao Seu Lado - Trailer - Blog e-Urbanidade

Segue sugestão da minha amiga do ProJovem, Luciana Ferry, o filme que faz todo mundo chorar, mas que é bem bunitinho! Não assisti ainda e acho que não vou encarar ver no Estados Unidos, meu inglês não anda tão bom assim. Sempre ao Seu Lado marca o retorno de Richard Gere ao cinema. Dizem que não vá esperando ver uma nova versão de Marley e Eu.

30 de dezembro de 2009

Istates lá vou eu! - Blog e-Urbanidade


Neste exato momento, estou começando a minha perambulação rumo a NY e, depois São Francisco. Não adianta vir com aquele texto: "Que chique!". Como eu sou uma pessoa desglamourizada (atenção, esse termo não existe, é invenção minha) com quase tudo, basta fazer economias, ter um cartão internacional, dividir tudo em várias parcelas e partir. Ok?

Lá vou eu, para as filas enormes, ser cheirado por cachorros... A única coisa que me chateou é saber que não posso levar meu remédio, faixa preta, conseguido em câmbio negro, de dormir para dentro do avião, pois é líquido. Vou ficar sem minha bomba! Vou chegar em NY acabado.

Já agendei algumas atualizações aqui, mas não vou estar tãaao frequente, mas gente, eu preciso, né? Que ano doido foi esse! Dois Morar Mais (Brasília e Goiânia), um livro, nova empresa, demora de renovação de contrato no trabalho, fora os problemas familiares, espirituais, de relacionamento, psicólogicos, psiquiátricos, aquecimento global, ufa!

Axé pra vc também.

28 de dezembro de 2009

Peripécias dos fura-filas - Blog e-Urbanidade


Hoje, dia 28 de dezembro, Os Vipirisados é notícia no Correio Braziliense, matéria da jornalista Izabel Toscano.
Boa semana!

26 de dezembro de 2009

Vipirisados no Jornal de Brasilia - Blog e-Urbanidade

Olha que bacana! Matéria de uma página no Jornal de Brasília de hoje sobre meu livro. Veja só como ficou boa.
Parabéns, Marcelo Chaves. Arrasou na matéria.

24 de dezembro de 2009

AVATAR - Blog e-Urbanidade

Cartaz do filme Avatar
Ontem consegui assistir. O ritual não foi dos mais fácil, mas também nada absurdo. Tive que ir na hora do almoço, comprar o ingresso e garantir meu lugar. Como envolvia o elemento celso-faria, que foi explicar o que significa, errei o horário.

(O elemento celso-faria é uma característica que envolve erros em detalhes. Eu gravo, fixo, repito, mas tudo errado. E o pior, eu registro tal coisa e pronto. Ontem, no cinema, coloquei na cabeça que iria assistir o legendado, porém, foquei todas as minhas preocupações nisso. Daí, vi que o horário era 20h40. Fim da história, entrei errado e tive que ficar uma hora esperando pelo filme.

Para sinalizar bem isso, uma vez, em Paris, errei tudo no meu voo, horário, dia e, o pior, o próprio aeroporto! Foi uma confusão enorme, mas eu tinha a certeza de tudo. Fiz até verificação de que trem pegar para chegar lá, etc etc. Elemento celso-faria significa gravar tudo, porém errado!

Por isso, confiro tudo várias vezes, mesmo assim, algumas vezes, eu tenho recaídas!)

Deixando pra lá, então, o fato de ter errado a sessão e ter ficado uma hora sentado no banco do corredor do Cinemark, Avatar é um filmão. Deve ser assistido em 3D e quando vai sendo assistido e os créditos entram, não há dúvida, até mesmo ir mais cedo para comprar o ingresso faz parte do ritual.

Há muito tempo não passava por isso. Horas na fila, ter que comprar o ingresso antecipado e esperar horas para entrar. Não sei se é coisa do destino, mas só fiz isso quando queria assistir Titanic – que é do mesmo diretor de Avatar – e fazia questão de ver na telona do antigo Cine São Francisco no eixo W.

Então, se é assim. Passe lá, compre o ingresso com antecipação, fique na fila, pega um pacotão de pipoca e divirta-se. É um dos melhores filmes dos últimos tempos, sem nenhuma dúvida.

Algumas dicas para assistir Avatar:

1) Não deixe de ver o 3D. Não deixe de ver o 3D. E repetindo, não deixe de ver o 3D.
2) Se quer curtir as imagens e seu inglês não é dos melhores, vale a pena assistir a edição dublada.
3) Em Brasília tem Avatar 3D no Park Shopping e no Cinemark do Píer 21.
4) Se alguém for na hora do almoço comprar o ingresso, é possível conseguir ingresso para noite.

E bom filme. É imperdível!

23 de dezembro de 2009

Abraços Perdidos - Filme - Blog e-Urbanidade

Em tempos de fila insuportável no cinema para assistir Avatar, fui na contramão, ou melhor, fui colocar em dia minhas influências do cinema atual.

Parti, então, para assistir o novo filme de Almodóvar. Não se assuste, uma vez que muita gente me usa como informativo de cinema e me pergunta várias coisas sobre qual filme assistir hoje ou num domingo à tarde. Para dizer bem a verdade, gosto desse papel, mas nos últimos dias, não tenho dado conta disso.

Voltando ao Almodóvar, lá fui eu em Abraços Perdidos, com um elenco maravilhoso, entre eles, Penélope Cruz, Lluís Homar, Blanca Portillo (como ela é boa, né?) e José Luis Gómez. Devo confessar que em todos os lugares, incluindo cartazes, propagandas, na mídia e tudo mais, constava o nome do diretor-roteirista Pedro Almodóvar, porém ele não estava na tela.

Minto! Digo que ele estava na última cena do filme. Vou me explicar. A história conta a vida amorosa de um roteirista e diretor com a sua musa inspiradora, vivida por Penélope Cruz. E a última cena, mostra uma sequência do tal longametragem produzido há alguns anos atrás pelo roteirista. Ali encontrei Almodóvar.

No programa Manhattan Connection (GNT) dia desses, os debatedores discutiam sobre o sumiço de Almodóvar nos seus filmes. E uma das defesas era que realmente ele anda cada vez mais americanizado.

Confesso que não sou um especialista do assunto e não posso dar uma opinião definitiva sobre isso. Porém, reconheço que tenho ficado desanimado com as últimas produções do diretor. Nem Volver, seu último filme, me empolgou. Mas, tudo bem, tenho em casa alguns DVDs com Kika, Mulheres à Beira de um Ataque de Nervos (que para mim é o melhor dos melhores) e o insuperável, Lei do Desejo.

Enquanto isso, vamos esperar pelo próximo filme, para ver se Almodóvar coloca mais de uma cena com jeito de almodóvar.

Se deve ir assistir? Quanta responsabilidade... Porém, acho assim, tem filmes que a gente sempre deve ir, errando ou acertando. É o caso de Woody Allen, por exemplo, e, sem dúvida, o diretor espanhol.

21 de dezembro de 2009

Sherlock Holmes - Trailer - Blog e-Urbanidade


Comenta-se que é uma ótima opção para este Verão. Por hora, só nos Estados Unidos.

Ciquentinha - Crítica - Blog e-Urbanidade


A tão comentada e esperada série brasileira, A Cinquentinha, de Aguinaldo Silva e Maria Elisa Berredo, foi uma boa surpresa para o fim do ano de 2010 e foi grande a expectativa na teledramaturgia brasileira.

Além da escalação do elenco feita pelo diretor Wolf Maia, que sempre dá o que falar, a grande novidade foram dois personagens gays que também não deixaram por menos as confusões do programa.

Leila Fratelli vivida por Ângela Vieira teve os melhores momentos da série. Lésbica e para lá de linda, pegou Mariana, vivida por Marília Gabriela, e nos divertiu ao levar um “boa noite, Cinderela” e acordar hetero.

Sobre a personagem, Silva disse ao jornalista Dolores Orosco, do G1, que cercou-se de todos os cuidados ao criar Leila. “Ela tinha que ser bonita, segura de si, não lembrar em nenhum momento o estereótipo do que se conhece como ‘sapatão’. E tinha que ser uma atriz de grande personalidade, como é o caso da Ângela Vieira. Acho que isso ajudou os telespectadores a aceitá-la, sem maiores contestações”, complementa o autor.

Outra novidade esperada foi o Carlo Berganti, interpretado por Pierre Baitelli. Papel negado inicialmente por Reinaldo Gianecchini, trouxe a telinha um vilão gay. Segundo Aguinaldo, o personagem foi criado porque a tevê está pasteurizando demais os homossexuais, “estavam ficando héteros”. E completa: “existem gays assim. Mas os gays, como os não-gays, não estão submetidos a nenhum padrão de comportamento. Acima de tudo, eles são criaturas, pessoas, e cada pessoa é uma pessoa. Existem as boas, as mais ou menos, as más, as perversas, as psicopatas... Então, pra quebrar essa corrente positiva de gays bonzinhos na televisão, resolvi fazer um deles mauzinho. Aliás, não apenas mauzinho: péssimo!”

Já se fala de uma segunda temporada para a série, a expectativa e interesse da Globo é que seja já para abril de 2010. Quem gostou, é hora de aguardar e se divertir. Afinal, como disse o autor, este é um dos melhores textos dele. E disso, ninguém tem dúvida.

Publicado no Parou Tudo

17 de dezembro de 2009

Saulo é o novo Ídolo brasileiro - Blog e-Urbanidade


Ontem percebi duas coisas.

Primeiro, segundo um amigo, sou brega. Afinal, assisto e falo aqui no blog do programa Ídolos, versão brasileira do American Idol. Diante do exposto, sou mesmo brega, pois assisti quase toda a temporada e, ainda por cima, tenho acompanhado a versão latina que passa na tevê a cabo. E para ainda piorar, também sou fã do programa americano. Já acompanhei três longos anos.

O segundo dado que posso dizer é que eu sempre escolho o cara mais talentoso, o que canta mais e ele sempre fica em segundo lugar. Análise empírica feita em TODAS as edições do programa. Ontem, no Brasil, levou o prêmio Saulo. É realmente um bom artista e tem uma pegada muito mais pop do que o outro concorrente, mas o melhor era o Diego. Perdeu... Mais uma decepção, como foi com Adam Lambert, David Archuleta e, agora, Saulo.

13 de dezembro de 2009

Vitrie Capital mostra Os Vipirisados



Olha só, neste fim de semana Os Vipirisados - a dura rotina de quem quer ser vip foi destaque no site Vitrine Capital. O link está ai pra quem quiser conferir: http://www.vitrinecapital.com/comportamento/os-vipirisados

11 de dezembro de 2009

Vem aí o novo Ídolos 2009


Eu errei por pouco. E olha que me arrependi de ter dito que Helen Lyu estaria na final, pois do meio para o fim dos concertos, ela foi muito mal. O ruim foi que tirou a Priscila, que merecia ficar mais um programa. Pelo sim pelo não, também acho que ela não barraria Diego e Saulo (as fotos acima) que estão na grande final da próxima quarta-feira. Ufa! Pensei que ia ser mais uma decepção na minha vida de telespectador da franquia American Idols. Já falei aqui que errei as minhas duas preferências na final dos últimos anos na versão americana.

No Ídolos 2009 não posso dizer quem vai ganhar. Na verdade, acho que o melhor é Diego, mas algo me diz que Saulo é que vai levar.

Para despedir de Helen Lyu, olha que fofa a última apresentação dela. Nesse dia até achei que ela tinha voltado a ativa:




Não vou resistir a dividir com vocês a ótima apresentação do Saulo Roston nesta versão de O Portão de Roberto Carlos. IMPRESSIONANTE.

10 de dezembro de 2009

Ciquentinha - Série - Blog e-Urbanidade

Está tudo certo!

Cinquentinha demorou, mas chegou chegando.

Diante de tantos comentários sobre a escolha de elenco, a série conta uma divertida história de três mulheres, que para garantir cinquenta por cento da herança do falecido marido, terão que se aproximar e fazer com que a empresa cresça.

Preciso dizer que o forte do programa é o texto. Olha, todo mundo sabe que adoro isso e fico de olho mesmo. Também tenho uma admiração silenciosa pelo autor Aguinaldo Silva. Não é puxasaquismo!

Dia atrás, no blogão dele, Aguinaldo falou que trata do seu melhor trabalho. Como ele não é nada humilde, não duvidei, mas fiquei na minha. Quando comecei a assistir, não vacilei mais.

A história é bem amarrada, os dramas paralelas muito bem construídos e o TEXTO - de novo o texto, ah! o texto!!!! – FANTÁSTICO! Eu que gosto de tevê e de escrever pra ela, fico de olho na envergadura do texto, naquilo que falam: caber, na medida, da fala do ator. Qualidade pra lá comprovada, por exemplo, por Manoel Carlos.

Ciquentinha vale a pena! É realmente o melhor trabalho de Aguinaldo e Wolf Maia. É uma das boas novidades na tevê neste fim de ano.

Falando em Aguinaldo e poderia parecer puxasaquismo, eu passei na primeira fase do concurso dele para autores de novela, a Master Class (selecionados para o curso com o próprio Aguinaldo para elaboração da sinopse da sua próxima novela). Em mais de mil concorrentes, fiquei entre cinquenta. Na segunda fase não fui aprovado, pois foram chamados doze. Dizem que haverá nova chamada no ano que vem. Quem sabe, dessa vez, eu vou.

9 de dezembro de 2009

Os Vipirisados - PRIMEIRO CAPÍTULO - Blog e-Urbanidade

OS VIPIRISADOS

CAPÍTULO 1
Os bonitos dias de trabalho devem começar com um céu azul, temperatura amena e ser véspera de feriado ou sexta-feira. Também não inclui ressaca e deve-se acordar com aquela vontade de sair cantando como Julie Andrews, em Noviça Rebelde. De braços aberto, sobre a colina. Sem as roupinhas feitas de cortina, claro!
Apesar da torcida pra que este dia fosse hoje, tudo estava ao contrário: uma segunda-feira, com uma leve ressaca e chuvosa. Parece que trombas de água desciam do céu. Nem mesmo o meu modelito básico para dias molhados estava conseguindo sobreviver a tanta água e umidade.

No final do domingo não resisti a uma passada na boate e bebi quatro doses de gim-tônica, ou seja, o bastante para me deixar alto e com dor de cabeça no dia seguinte. Enfim, com todo esse histórico, hoje era o dia perfeito para passar mais horas na cama, debaixo dos edredons quentes, juntando forças para fazer um único exercício, ir à cozinha, esquentar uma caneca de leite com café solúvel e voltar pra cama, exausto.

Eram nove horas e na agência de publicidade em que trabalho parecia ainda madrugada. Pelo clima estranho, a chuva torrencial e a falta de sol, parecia ser seis horas da manhã. Será que está havendo um eclipse solar ou estou vivendo, na realidade, um daqueles filmes americanos de catástrofe terrestre?

Margarete, a secretária da agência, sempre teve uma mania hedionda e tornava a nossa relação muito complicada. Ela ininterruptamente acordava falante, principalmente às segundas-feiras. Contava detalhadamente as peripécias do seu marido, Alandelon, e seus filhos, Cleverson, Wellington e Suelen. Ou descrevia com detalhes assustadores algum churrasco que acontecera com os vizinhos ou como fora interessante um daqueles filmes que passou na tevê aberta, no domingo à tarde. Isso quando não preferia falar de algum ator que a deixou em prantos ao assistir o quadro “Esta é sua vida” em algum programa dominical.

Nem mesmo meus sorrisos amarelos ou olhares de “vá caçar sua turma” faziam com que ela encerrasse a história ou contasse através de resumos de cinco linhas. Então, nesses momentos, busco as minhas parcas origens religiosas. Rezo para que algum santo faça com que alguma criatura humana ligue no escritório e tire aquela secretária do meu lado. Mas isso nunca funciona e, quando vejo, lá estou buscando as entidades da magia negra.

Funcionou! O telefone tocou e lá foi ela atender, terminando de contar que Suelen estava com dificuldade em Matemática e era por causa de um namorico com Maicon, um colega da sala da garota. Felizmente me livrei e estava pronto para ter meus dois minutos de silêncio e pensar como a cegonha pode me entregar para a família errada ao invés de me deixar no Palácio de Buckingham.

Sr. Afonso, um faz-tudo na empresa, veio colocando sobre as mesas as correspondências endereçadas a cada um de nós. E sobre a mesa do Sr. Clóvis Alves, dono da agência, eram colocados os melhores convites de festa da cidade. Como de costume, eu constantemente dava um jeito de entrar na sala e dar uma espiada nos eventos que marcariam a cidade nos próximos dias.

Inventei que ia deixar um recado, entrei na sala e fui conferir quem ia servir champanhe de graça nos próximos dias. Mas para minha infelicidade, achei um convite que me assustou: de papel importado, em tons pastéis, tipologia elegante e com um laço enorme, estava em minha frente o convite de noivado de uma das maiores fortunas do país. A filha da chiquérrima Tereza Cristina estava preste a se casar com um gato de uma família tão milionária quanto a dela. Acompanhei o início do romance que figurou nas principais capas de revistas de fofoca.

Eu e meus três amigos, Luciano, Ricardo e Vivian, formamos uma verdadeira quadrilha dos loucos por festa. Somos viciados em reuniões sociais, do tipo boca-livre e sem contas ao final. Vivemos atrás das festas regadas a muita champanhe, madames cheias de plásticas e gays de camisas apertadas e cabelos espetados.

Eu e Luciano somos um desses de cabelos espetados. Ricardo não é um deles, não por falta de vontade, mas a careca não permite que alcance tal objetivo. Temos uma coisa em comum, somos gays e pessoas muito importantes – very important person – (ou tentamos ser!). Vivian também é igual a nós, minha melhor amiga. Gostava de homens e de estar nas listas das festas mais badaladas da cidade. Sempre figuramos nas melhores listas delas.

Desenvolvemos tecnologia própria para ter nossos nomes inseridos em qualquer dessas reunião. Se isso não for possível, também aprendemos a conseguir convites descartados por alguém que não tem tempo ou não deseja comparecer. E tais técnicas estavam sendo colocadas à prova, quando descobri que não estávamos no rol dos convidados do noivado da filha de Tereza Cristina. Era hora de colocar em ação algum plano mirabolante.

Minha primeira ação foi ligar para Luciano que, como sempre, não me atendeu. Provavelmente estava em algum debate sobre projetos de arquitetura de algum apartamento bacana no escritório que trabalha.

Finalmente a secretária atendeu e disse que ele não voltaria tão cedo e havia deixado o celular dele sobre a mesa. Como eu já sabia, o tal arquiteto bacana, dono do escritório, proibia ligações durante a hora de trabalho. Por isso, ao sair para medições não poderia levar seu celular pessoal, só um rádio barulhento em mãos. Assim, eram achados por qualquer um da empresa, mas nunca pelos amigos.

Segui ligando para Ricardo, braço direito de um dos chefes de cozinha mais conhecido de São Paulo. Sem dúvida, Ricardo estava no restaurante, pois as segundas-feiras ele ficava responsável pelo almoço da casa.

– Chegaram apenas dois convites e a primeira dama do restaurante já pegou – contou Ricardo, enquanto entrava em um depósito para não ser ouvido por ninguém.

– Temos que providenciar os convites – lembrei a ele, enquanto já desligava e discava para Vivian.

– Vieira & Roberto Advocacia, em que posso ajudar? – atendeu Vivian.

Como alguém em sã consciência pode obrigar uma pobre secretária, amiga de três homens gays, a passar por aquele mico a cada vez que atende ao telefone? Nem no botequim da esquina as pessoas são obrigadas a fazer aquela pergunta introdutória. Nessas horas acho que esta história de carma e vidas passada têm realmente fundamento.

– Não me diga que chegaram apenas dois convites aí? – fui logo perguntando. E Vivian, sempre passada, não sabia do que se tratava e ficou meia hora para entender o drama horroroso que estávamos vivendo.

– Você está errado, chegaram quatro convites duplos. Dois para família Vieira e dois para os Robertos – contou Vivian, depois de verificar com a secretária direta dos advogados. – Mas agora você me deixou ansiosa. Vamos em todas as festas dessa cidade, não podemos ficar fora dessa. O que vão pensar de nós, que não somos vips?

– Pelo jeito fomos esquecidos mesmo, amiga. E dessa vez não terá convite de sobra, afinal ninguém quer perder essa festa.

Travamos ali uma discussão sobre estratégias e metas a serem cumpridas para conseguirmos nosso próprio convite. Vivian ficou de pensar em alguma coisa e fui tomar um café. Na cozinha estavam todos os funcionários frente à tevê olhando um ônibus e um monte de policial em volta dele. Falavam de suicídio, morte e seqüestro. Não tive força para falar com ninguém. Minha cabeça funcionava a mil por hora, tentando descobrir um jeito de entrar naquela festa.

Meu telefone voltou a tocar. Corri pra atender, poderia ser o Ricardo ou Vivian com alguma boa notícia.

– Bicha, olha que mulher sortuda! Em cadeia nacional! – ouvi a voz do outro lado enquanto eu tentava saber quem era?

– Mulher? Quem fala?

– Não está conhecendo seu bofe preferido, bicha?

Neste momento já sabia quem era. Só podia ser uma única pessoa: Luciano.

– Dá pra ser mais discreto? - disse desanimado.

– Por quê tanto desânimo, Bonequinha de luxo? Está despeitada porque você não está neste ônibus?

Ônibus? Que maldita história é essa. E o pior, detesto que alguém me chame por adjetivos femininos. E esse era o maior prazer de Luciano.

– Ônibus? – quando finalmente entendi que ele estava falando daquele veículo que era televisionado e que todos do escritório assistiam com os olhos cravados na cozinha.

– Ah, desculpe, estou preocupado com outra coisa. Isto está acontecendo onde? É lá no Oriente Médio?, provoquei.

– Que Oriente Médio, bicha? – gritou Luciano. – Estou falando da racha que está em rede nacional, aparecendo em todas as tevês do Brasil, porque o marido está com ciúmes dela. E isso está acontecendo a dois quarteirões do seu escritório, mona!

– Não acredito. Como é isso?

– Como é isso? – emendou o assunto com a minha pergunta. – É apenas um exemplo do homem que todos nós queremos na vida! Eu mesmo estou cansado de tanto homem politicamente correto, que vive respeitando meu espaço. Queria um homem assim: está com ciúme, seqüestra o ônibus e me coloca em rede nacional. Para todo mundo ver.

Só no final da noite fui entender do que Luciano falava. Tratava-se do acontecimento que tomaria todos os jornais noturnos da tevê. E andou nas manchetes de todos os jornais impressos no resto da semana. Simplesmente o marido achou que a mulher estava o traindo. Ele pegou uma arma e foi tomar satisfação. Ela gritava muito e para tirá-la do meio da rua, a levou pra dentro de um ônibus, com mais de cinquenta pessoas. Conclusão, alguém ligou do celular para polícia e em poucas horas até a SWAT brasileira (isso é uma figura de linguagem!) estava lá. A tevê foi chamada e as doze horas de negociação foram acompanhadas por todo o país, ao vivo. O homem foi preso e a mulher passou o resto da semana chorando em todos os programas e veículos sensacionalistas.

– Não, não... o que me faz sofrer é muito pior – respondi a Luciano.

– Credo, Cê – era assim que ele me chamava. Marcos César, meu nome, virava apenas isso na boca de Luciano. Era a única pessoa do mundo que poderia inventar um apelido tão horroroso. Mas foi só Caetano lançar um disco com esse nome que passei a achar interessante o codinome. E continuou:

– Estou começando a ficar preocupado. Você é sempre tão pra cima.

– Fomos cortados da festa mais badalada da cidade. Tereza Cristina não nos convidou para a festa de noivado da filha dela.

Senti que minha fala bateu como a bomba de Hiroshima nos sonhos de um gay louco por festas. O silêncio tomou conta e a nossa conversa ficou parecendo cena de filme francês. Sem nenhuma fala por longos períodos e close de quinze minutos em nossas mãos que seguravam o telefone.

– Estou arrasado! – voltou Luciano ao normal! – Eu mesmo medi o apartamento da pilantra da filha dela. Como ela ousa fazer isso comigo?

– Ela não costuma chamar medidores de apartamento para as suas festas – tentei localizá-lo no mundo, sem ter que desenvolver uma longa história sobre diferenças sociais.

– Também não devem ter convidado o funcionariozinho da agência de publicidade que toma conta das empresas da família, né? – atacou Luciano, dando uma basta a minha piadinha.

– Estamos todos cortados – preferi encerrar o assunto, antes que tudo aquilo descambasse para os ataques pessoais.

Neste momento, outra pessoa tentava ligar na agência e eu ouvia um toque na linha. Despedimos-nos e prometemos encontrar alguma forma de ingressar na lista. Afinal, somos vips e sempre conseguimos ir em todas das festas badaladas da cidade.

Imediatamente, após entender de quem se tratava, o desesperado se apossou de mim. Uma voz fria e direta comandava este show de horror:

– Aqui é do escritório da Tereza Cristina e estou ligando para confirmar a presença do senhor e senhora Clóvis Alves.

O ar ficou denso e o chão desapareceu dos meus pés. Senti-me naquelas situações definitivas dos jogos de xadrez, apesar de nunca ter jogado, mas sempre vi isso nos comentários dos jogadores. Era como ser Tom Cruise em Missão Impossível. Um movimento em falso poderia levar tudo a perder. Uma gota de suor fora da hora poderia destruir tudo.

Do outro lado da linha estava a pessoa que tinha a chave de entrada para a festa de Tereza Cristina. Se travássemos uma boa amizade e nos tornássemos grandes amigos, com certeza, a entrada desse e outros eventos estavam garantidos. Mas como fazer com que a voz dela se tornasse menos fria?

– Oi, tudo bem? Como está tudo ai? – tentei quebrar o gelo da Voz Fria.

Do outro lado a mocinha ficou sem o que dizer. Se aquilo era uma isca, do outro lado o peixe não mordeu.

– Estou tentando fazer meu trabalho – voltou a Voz Fria -, gostaria apenas de obter a resposta. Prefere que eu retorne mais tarde?

Não! Não, pensei eu. O que diria para Ricardo, Luciano e Vivian quando soubessem que estive ao telefone com a senhora Voz Fria e perdi a oportunidade de entrarmos na festa de noivado? Também era muita pretensão minha achar que conseguiria quatro convites, afinal ninguém recebeu convites a mais. Pensei em batalhar primeiro pelo meu, depois os outros batalhariam pelo seu.

– É o seguinte. A senhora Alves está um pouco chateada com a Tereza. Desculpe, mas eu estou falando de algo que nem podia. Mas parece que o convite só veio para ela e o marido. Ela disse que não comparece as festas sem as irmãs.

Imediatamente a moça gélida, do lado de lá, ficou em silêncio. Ouvi alguns dedinhos dançando nos teclados.

– Quantas irmãs são?

– Quantas? – Meu Deus, quantas irmãs ela tinha?! Uma inspiração divina, vindo dos deuses pitagóricos, me fez chutar. – Sete?

– Você está me perguntando ou respondendo?

Que desespero! Será que ela estava me testando? Será que eram mesmo sete? Tentei contá-las no dedo, mas não daria tempo.

– Mas só quatro irão a festa – virei o jogo, afinal se conseguisse meus quatro convites estaria tudo certo.

– Um momento.

Assim, passaram os trinta segundos mais longos da existência, e que comprovavam que a teoria da relatividade existe. Uma trilha sonora de espera encantava e dava mais vivacidade a cena. Quando finalmente Voz Fria voltou a falar.

– Infelizmente está havendo um engano. As oito irmãs da Senhora Melissa Alves já receberam e confirmaram a presença no noivado! Dona Tereza Cristina disse que falou, ontem mesmo, com todas elas.

A cachorra fez um milésimo de segundo de silêncio para deixar bem claro o trouxa que eu fui ao inventar toda aquela história. Era como se os convites escorregassem pelas minhas mãos. E o pior, eu não tinha mais nenhuma super idéia para apresentar para aquela vadia.

– Vou estar passando para a Sra. Alves, então. Algo mais que eu possa estar ajudando? – usei os gerúndios e o texto de telemarketing para mostrar que toda a minha ação era apenas um procedimento corriqueiro da nossa empresa. Sempre funciona!

E se ela gritasse e dissesse horrores? Eu faria como os frígidos atendentes de telemarketing: agiria como se nada, absolutamente nada, me incomodasse.

Voz Fria agradeceu e desligou. Só fiquei pensando em uma coisa: se essa filha da mãe, com voz da Patagônia, precisar de mim, algum dia, ela terá o troco.

7 de dezembro de 2009

Filme Julie e Julia - Blog e-Urbanidade

Julie & Julia é realmente a volta da sessão da tarde no cinema. A roteirista/diretora/produtora Nora Ephron volta a ativa após anos de fracassos (A feiticeira, por exemplo) precedidos por grandes sucessos do cinema americano, tais como Sintonia de amor e Harry e Sally - Feitos um para o outro.

O filme é realmente para assistir nestes dias chuvosos entre uma compra e outra. Quem está bem? Bom é inevitável dizer que uma série de boas atuações e acertos na produção fazem da película um sucesso.

Primeiro, o roteiro é simples e quase perfeito. No meio da história perde-se um pouco o ritmo, mas nada absurdamente insuportável. Também foi falho o não fechamento, mesmo que não tenha acontecido na vida real, da desaprovação de Julia, poucos anos antes da sua morte, sobre o blog de Julie. Talvez fosse necessário explicar melhor ou criar um final fictício para manter o clima romântico e de sessão da tarde do longa.

Maryl Streep está como sempre maravilhosa! Ela arrasa na caracterização da personagem. Desde o sotaque ao jeito meio desengonçado de Julie, tudo está lá. Dizem por ai que ela vai ganhar mais uma indicação ao Oscar. Nenhuma novidade! Mas dessa vez, falam os críticos, que ela levará, já que não se tem nenhuma grande interpretação no cinema americano em 2009-2010.

Julia, interpretado por Amy Adans, está na medida certa. Acho até que ela é Meg Ryan dos anos 2000. Sem dúvida, a atriz está nos melhores filmes desse tipo nos últimos tempos e tem acertado na medida, com exige o cinema.

Eu nunca acho que não vale a pena ir ao cinema, mesmo que for para assistir Lua Nova. Mas, como disse no início, aproveite a correria do shopping, das compras de Natal e aventure-se neste delicioso filme que é de apetecer qualquer mortal.

Boa diversão! E conte aqui o que achou do filme!